Dois hospitais de Presidente Prudente (SP) realizaram captações múltiplas de órgãos nesta quarta-feira (4). De acordo com informações das unidades de saúde, 11 pessoas que aguardam por transplantes serão beneficiadas com as doações.
Hospital Regional
O Hospital Regional (HR) de Presidente Prudente realizou a primeira captação de coração do ano e a segunda múltipla de órgãos para transplantes na unidade em 2020.
A família da doadora de 38 anos, vítima de uma trombose venosa cerebral, autorizou o procedimento ainda na noite desta terça-feira (3).
Segundo a enfermeira responsável pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos e Transplantes (CIHDOTT), Janaine Fernanda dos Santos, o trabalho do HR foi integrado ao da Central Estadual de Transplantes (CET) e da Organização de Procura de Órgãos (OPO).
“A parceria de sucesso possibilitou a captação de coração, fígado, rins e córneas da paciente. Com este ato da moradora de Teodoro Sampaio (SP), seis pessoas serão beneficiadas pelas equipes médicas vindas das cidades de São Paulo (SP), Sorocaba (SP), Marília (SP) e aqui em Presidente Prudente”, explicou Santos.
A enfermeira ainda informou que o receptor do primeiro coração captado em 2020 na unidade estava havia dois anos na fila dos transplantes e vai poder sentir um novo órgão pulsando dentro do seu peito.
“É muito gratificante poder saber que o nosso trabalho devolve a alegria de viver de outras pessoas”, afirmou a enfermeira.
Durante o procedimento, também esteve presente o cirurgião cardiovascular do Núcleo de Transplantes do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Ronaldo Honorato Barros dos Santos.
Ele enfatizou a importância da doação de órgãos para os pacientes que estão na fila de transplantes.
“Estou aqui hoje para captar o coração para um paciente de 35 anos, portador de uma Doença de Chagas, que infelizmente teve piora no seu quadro clínico e estava sendo mantido dentro da Unidade de Terapia Intensiva [UTI] do InCor, através de um suporte mecânico. Agora, ele tem a chance de possuir um órgão que lhe dará mais qualidade de vida”, explicou.
O médico coordenador da CIHDOTT, Renato Ferrari, destacou que, quando um paciente evolui para o diagnóstico de morte encefálica, a equipe do Hospital Regional entra em contato com a família para verificar se existe o interesse em realizar a doação dos órgãos.
Se a família optar pela doação, inicia-se o processo de validação do doador, no qual são realizados inúmeros exames para verificar se as condições são favoráveis para o procedimento.
“A partir do momento em que está tudo certo para a captação, a gente faz a atualização no sistema entrando em contato com a Central Estadual de Transplantes, que é quem providencia a logística e nos informa as unidades que realizaram a aceitação dos órgãos”, explicou Ferrari.
Santa Casa
Já a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente realizou nesta quarta-feira (4) a terceira captação de múltiplos órgãos do ano. A doadora foi uma mulher de 45 anos que teve um aneurisma cerebral.
Cinco pessoas que esperam por transplantes serão beneficiadas, segundo o hospital.
A doação foi autorizada pela família da paciente que era moradora de Dracena (SP).
Conforme a Santa Casa, a captação do fígado foi realizada por uma equipe de um hospital particular de Sorocaba (SP) que realiza transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A logística para a retirada dos órgãos já começou nesta madrugada, no caso do fígado temos até 12 horas para a extração e o encaminhamento para o transplante”, afirmou o cirurgião João Paulo Costa.
Uma aeronave da Força Área Brasileira (FAB) fez o transporte do órgão até Sorocaba.
Já os rins foram captados pela equipe de urologistas da Santa Casa de Presidente Prudente. Os dois órgãos e as córneas foram encaminhados para a Organização de Procura de Órgãos de Marília.
A destinação dependerá do resultado do exame de compatibilidade dos pacientes na fila de espera.
De acordo com o hospital, é importante que a pessoa expresse em vida o desejo da doação. Não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar a família.