Após ter feito um apelo pela manutenção dos empregos por causa do fechamento provisório das indústrias calçadistas de Birigui em função da pandemia de Covid-19, o empresário Carlos Mestriner, proprietário da tradicional Klin, que produz calçados infantis, decidiu realizar um ato humanitário antes de paralisar as atividades de sua empresa: produziu 4 mil máscaras, produtos em falta no mercado, utilizados na proteção ao Covid-19, o coronavírus.
A produção contou com a colaboração de 40 funcionários da unidade da Klin de Birigui. Eles produziram as máscaras em tempo recorde, com material que havia em estoque na empresa, tecidos respiráveis que são usados para a fabricação de tênis.
Ao se manifestar, na semana passada, sobre o decreto da Prefeitura de Birigui que determinava o fechamento das mais de 300 indústrias de calçados como forma de conter o avanço do Covid-19, Mestriner já havia dito que iria produzir as máscaras como forma de ajuda humanitária. “Considerando a escassez das máscaras no mercado, reafirmamos nosso compromisso com a comunidade e a sociedade, espalhando amor e empatia neste momento que exige união, calma e respeito”, afirmou o empresário.
Para conter a rápida propagação do vírus, a distribuição das máscaras começou a ser feita na terça-feira (24), para os colaboradores da empresa e seus familiares. Também receberam as máscaras instituições que cuidam de idosos, como Vó Tereza (300 máscaras); Lar do Vovô (200); Lar São João (100), estas três em funcionamento em Birigui; e ainda o Lar do Vovô (100 máscaras), de Brejo Alegre.
Com cerca de 12 mil colaboradores, as mais de 300 indústrias calçadistas de Birigui começaram a suspender suas atividades a partir de sexta-feira (20), após decreto publicado pela Prefeitura determinando a quarentena como forma de prevenção à Pandemia do Covid-19.
Todo o setor produtivo deverá paralisar seus negócios até o dia 31 de março, seguindo com a paralisação até 13 de abril. O período pode ser prorrogado conforme as diretrizes as autoridades de saúde e a evolução da pandemia.
Na ocasião, o empresário Carlos Mestriner, proprietário da Klin, fabricante de calçados infantis, disse que o momento é delicado e de muita apreensão, mas é preciso ter serenidade para preservar vidas e manter as empresas. A Klin possui unidades em Birigui, Gabriel Monteiro, Penápolis e Três Lagoas (MS), com 2,5 mil trabalhadores. Ele também pediu aos colegas empresários que não demitissem seus colaboradores. “Não é o caminho demitir em massa. Não façam isso, gerem mais problema à população que já está sofrendo com esta situação de pandemia”, afirmou.