(Folha da Região) Depois de atingir um nível altíssimo nos últimos meses, o preço da carne voltou a cair nesta semana nos principais mercados de Araçatuba. Em um levantamento feito na tarde de ontem (10), pela reportagem da Folha, foi observado uma queda de 21% no preço de alguns cortes de carne bovina. Em um estabelecimento, por exemplo, a alcatra que estava R$ 34,99, passou para R$ 25,99; já a picanha, que antes podia ser encontrada por R$ 34,99, caiu para R$ 28,99.
Exportação e consumo menores contribuíram para a queda, mas insumos mais caros e dólar ainda não permitem uma baixa mais expressiva. Após forte alta no fim do ano passado, o preço da carne recuou 4,03% em janeiro, informou na sexta-feira (7) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica), ao divulgar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), índice usado nas metas do governo. Em dezembro, a carne havia subido 18,06%.
A disparada nos preços foi provocada por um aumento de exportações para a China, que sofreu uma forte escassez de proteínas após um surto de peste suína africana, que levou o país a abater grande parte de seu rebanho de porcos. O IPCA subiu 0,21% em janeiro, abaixo da previsão dos analistas, que previam alta de 0,36%.
Foi a menor variação para janeiro desde o início do Plano Real, ou seja, em 25 anos. O que ajuda a explicar esse resultado foi a desaceleração do grupo de alimentação e bebidas, principalmente por conta do preço carnes. Também ajudou a conter a inflação a alta menor da gasolina e a queda no preço das passagens aéreas.
ARROBA DO BOI
Os preços do boi gordo dispararam no mercado físico brasileiro na primeira semana de fevereiro, de acordo com a consultoria Safras. Na praça de Dourados (MS), por exemplo, a cotação passou de R$ 172 em 31 de janeiro para R$ 189 nesta sexta-feira, 7.
“Os frigoríficos iniciaram o mês com escalas de abate muito justas, reflexo direto da retração dos pecuaristas de negociar após as fortes quedas nos preços da arroba do boi ao longo de janeiro”, diz o analista de Fernando Henrique Iglesias. Segundo o especialista, o consumo de carne bovina acelerado com a entrada da massa salarial contribuiu para valorizar o preço da matéria-prima.
“Tradicionalmente, a primeira quinzena de cada mês é caracterizada por boa demanda no varejo”. O Brasil exportou 117 mil toneladas de carne bovina in natura em janeiro, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso representa queda de 24,9% em relação a dezembro de 2019 e alta de 14,2% em relação a janeiro de 2019.
Os embarques renderam ao país US$ 576 milhões, baixa de 26,8% em relação a dezembro e alta de 50% frente a janeiro passado. O preço médio da tonelada em janeiro deste ano foi de US$ 4.922,60, o que significa recuo de 2,55% frente a dezembro, mas ganho de 31,3% em relação a janeiro de 2019.