Uma mulher precisou ser retirada do salão do Tribunal do Júri de Araçatuba na tarde desta quarta-feira porque estava com duas sacolas, contendo ovos e fezes, e pretendia jogar contra o réu, Faustino Belarmino de Souza. A acusada é parente de Esmeraldo Tavares dos Santos, que foi morto por Souza em 7 de novembro de 2014, na rua Noel Rosa, no Jardim Rosele.
No julgamento o réu foi condenado a 10 anos e seis meses de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado, porque agiu por meio cruel e sem possibilitar defesa por parte da vítima. Também foi acatada a tese de que o réu agiu por violenta emoção. Ele vai poder recorrer da sentença em liberdade.
A julgamento de Souza começou às 9h e teve dois fatos inusitados. Uma das familiares da vítima teve de ser retirada do salão porque começou a gritar durante a fala de um dos advogados, atrapalhando a sessão.
Depois policiais militares apreenderam uma sacola com ovos e outra com fezes, que estavam em poder de outra familiar da vítima, que pretendia arremessar contra o réu. A mulher também foi retirada do salão do júri e impedida de assistir o julgamento. Ela teria, no dia anterior, anunciado nas redes sociais o que pretendia fazer durante o julgamento.
De acordo com denúncia do Ministério Público, no dia anterior ao crime, o acusado pegou o telefone de sua companheira e viu mensagens amorosas enviadas por Santos, que era da mesma igreja do casal e seria um conselheiro de ambos com relação ao casamento.
Na manhã seguinte Souza saiu para trabalhar com seu veículo, um caminhão F-4000. No entanto, ele resolveu voltar e acabou encontrando a companheira conversando com a vítima na calçada. Ao ver Souza, Santos subiu em sua moto e saiu de perto da mulher.
No entanto, enfurecido, Souza acelerou o caminhão e atropelou a vítima, arrastando ele e a moto por vários metros. O acusado desceu do caminhão, pegou o capacete que estava na mão de sua companheira e desferiu vários golpes contra a cabeça de Santos, que estava caído agonizando ao lado da moto.
Vários vizinhos saíram e presenciaram a cena. Em seguida, Souza voltou para o caminhão e deu marcha-ré, passando novamente sobre a vítima, e ainda passou outra vez sobre o corpo. Santos sofreu ferimentos na mandíbula, tórax, crânio, abdome e membros inferiores, e faleceu devido aos ferimentos.
O réu, condenado a 10 anos e meio de prisão em regime fechado, vai poder recorrer em liberdade. O promotor quer atuou no caso, Adelmo Pinho, não vai recorrer da decisão.