Você, caro leitor, já viu algum poeta ou artista se ocupando com negócio? O homem de negócio gosta dinheiro, administrar empresa, fazer rolo. Poeta também, mas tem uma vergonha do dinheiro…
No capitalismo, a arte é uma mercadoria, então o artista precisa vender aquilo que a sociedade quer dele, fazer negócio. O artista plástico vende seus quadros, o escritor os livros, os músicos negociam os shows, vendem suas músicas nas plataformas digitais.
Por mais que os teóricos dizem que o poeta precisa ser um empreendedor de si mesmo, na hora de fechar um negócio, dá uma vergonha…
Escrevo tudo isso para dizer que as duas palavras são derivadas. O negócio nega o ócio. NEG é um radical de negação. Apesar de que nunca vi um homem de negócio trabalhando, ele vive do trabalho dos outros, vendendo o que os outros produzem.
Às vezes, certas palavras são de uma mesma raiz familiar e não descobrimos. Eis aí um exemplo: ócio e negócio.
Hélio Consolaro é professor de Português.
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