Um caminhoneiro de Araçatuba, de 51 anos, morador no bairro Alvorada, passou momentos de pânico no final de semana, depois de ter sido sequestrado e mantido em cárcere privado, durante o roubo ao seu caminhão, uma Scânia com carreta. Ele conseguiu fugir do cativeiro, em uma favela em Embu das Artes, pulando uma janela. O caminhão foi encontrado no Mato Grosso do Sul, graças a divulgações em grupo de whatsapp.
A reportagem do Regional Press apurou que o caminhoneiro recebeu um chamado para um frete em Embu das Artes, por meio de um aplicativo específico para esta finalidade. A esposa dele estava achando estranho o fato do contratante ficar pressionando para ele ir urgente fazer o carregamento.
Mesmo assim o motorista pegou seu caminhão e foi até o local combinado, na noite de sexta-feira (24), onde encontrou dois homens e uma mulher que estavam em um carro. Eles disseram que iriam levá-lo até o local onde seria feito o carregamento, para que ele visse se o caminhão entraria no barracão.
O bando pediu para que ele trancasse o caminhão e seguisse no carro deles. O motorista, sem desconfiar, atendeu à solicitação. No caminho, um dos bandidos pediu que o outro revelasse o que estava acontecendo.
Foi quando eles informaram que tratava-se de um assalto, sendo que não iria acontecer nada com a vítima e que o interesse era apenas no caminhão. Segundo os bandidos eles iriam utilizar o veículo para fazer o transporte de uma droga.
O motorista foi levado para um cativeiro na noite de sexta-feira, em uma favela de Embu das Artes. Segundo a vítima a quadrilha tinha pelo menos cinco integrantes que ele conseguiu ver. Um deles era chamado de Lincoln, branco, aproximadamente 1,70 de altura e cabelo tingido. O outro era chamado de Eliseu, vulgo Sassá, é pardo, alto, magro e tem cabelo crespo e curto.
No bando ainda havia duas mulheres, uma delas era chamada por ruiva ou Michaela, estatura mediana, cerca de 1,60, magra e com cabelos ruivos e uma tatuagem grande de uma rosa na costela até o quadril. A outra era chamada de Carol. Tem cabelo comprido preto, é alta e obesa. Um quinto integrante, identificado como Ney, é magro, tem cerca de 1,70 de altura e cabelo crespo castanho escuro.
Neste intervalo de tempo, a quadrilha deixava, em alguns momentos, ele enviar mensagens de áudio para a esposa. Ela contou que o marido enviava mensagens de forma diferente, de forma que ele nunca falava quando estava em viagem, e se limitava a dizer que poderia ficar tranquila que estava tudo bem.
A mulher achou estranhas as mensagens e decidiu procurar a polícia, recebendo algumas recomendações. No domingo (26) pela manhã o caminhoneiro aproveitou um momento de distração de uma das mulheres que o vigiava e pulou a janela do cativeiro, pulou alguns muros e conseguiu fugir.
Ele chegou a pedir ajuda na favela mas ninguém o auxiliou, ele acabou sozinho mantendo contato com a Polícia. Em seguida ligou para a esposa informando o que havia acontecido.
ENCONTRO DO CAMINHÃO
O motorista pegou os dados do caminhão e começou a postar em grupo de caminhoneiros no whatsapp o que havia acontecido. Um destes integrantes viu o caminhão do araçatubense na entrada de Campo Grande, e ainda tirou uma foto para enviar ao grupo. Depois este homem ainda foi questionado pelo motorista do caminhão, o porque ele estava fotografando o veículo.
A Polícia foi acionada em Campo Grande e quando chegou o caminhão já havia deixado o local. Os policiais foram atrás no sentido que o veículo havia saído e o encontraram perto do município de Anastácio (MS).
O caminhão era ocupado por um casal. O motorista disse que havia sido contratado para levar o veículo até Corumbá (MS), alegando que não sabia a procedência do mesmo. A mulher do caminhoneiro esteve no plantão policial nesta quinta-feira (30) para registrar o boletim de ocorrência informando sobre o encontro do marido, já que no fim de semana ela havia registrado o desaparecimento.