Conforme publicado pela Prefeitura em decreto nesta quinta-feira (31), a passagem do transporte coletivo de Araçatuba passará de R$3,65 para R$3,90, um aumento de 6,85% (R$ 0,25). A nova tarifa entra em vigor a partir de 1º de dezembro.
O contrato firmado entre a Prefeitura e a TUA (Transportes urbanos Araçatuba) ainda prevê atualização no vale-transporte e passe comum, que passa de R$ 3,32 para R$ 3,55. Para empregados domésticos, o valor de R$2,99 fica R$3,19. A menor alteração foi para os estudantes, indo de R$1,82 para R$1,95.
Apesar de não fazer uso do transporte coletivo todos os dias, a dona de casa Vilma Petreli, 43, quando precisa pegar um ônibus, faz a viagem de ida e volta, o que totalizará quase R$10. “É um absurdo que eu tenha que tirar esse valor do meu bolso para sair do bairro Ipanema até o Centro. Essa quantia faz muita diferença para a gente. Imagina para quem precisa pegar todos os dias. Tudo aumenta, menos as oportunidades para o trabalhador”, indigna-se Vilma diante do aumento.
Em nota, a Prefeitura explica que, por lei, os pedidos de reajuste e revisão por parte da prestadora de serviços são analisados por uma Comissão Permanente de Reajuste e de Revisão de Tarifas, composta por servidores municipais, que analisam e emitem parecer conclusivo sobre valores propostos e apresentados.
O parecer é, então, submetido à apreciação do Conselho Municipal de Usuários de Transporte de Passageiros do Município de Araçatuba e, somente após a aprovação deste conselho, formado por representantes da prefeitura e por usuários, é que será devidamente homologado pela autoridade municipal, por meio de decreto.
O reajuste e revisão de tarifas são anuais e calculados com base na variação dos índices mais relevantes que compõem os custos operacionais do serviço, de forma que assegurem transparência ao seu processo. Esses índices para o reajuste são apurados pela Fundação Getúlio Vargas (IPA-FGV) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE).
A TUA afirma em seu site que por meio destas atualizações, a empresa reúne condições de continuar promovendo investimentos no transporte coletivo de Araçatuba e minimizar o aumento do seu custo operacional. Além disso, em todas as áreas, na indústria, no comércio e nos serviços os preços sofrem reajustes por conta da inflação, cujos percentuais já são do conhecimento de todos, preços estes que precisam ser atualizados sob pena das empresas não subsistirem aos altos custos de manutenção.
CADASTRAMENTO PARA IDOSOS
Grande parcela dos utilizadores do serviço de transporte coletivo, os idosos acima dos 65 anos não pagam passagem, porém, no ano passado, houve a alteração na lei municipal 7.674, de 2014, que define as condições para a gratuidade do serviço para idosos com 60 anos ou mais. A alteração na legislação foi aprovada pela Câmara em junho de 2018 e previa que os beneficiários deveriam ser inscritos no CadÚnico (Cadastro Único do Governo Federal). O cadastramento começou no dia 21 de outubro, com prazo final para 30 de novembro. Até lá, os idosos interessados devem se dirigir a garagem da TUA, localizada no bairro São José.
Muitas pessoas entraram em contato com a Folha da Região para reclamar da taxa de R$10 pedida pela empresa para confecção do cartão de uso pessoal e intransferível, como Maria Helena Brito. Ela conta que sua mãe de 90 anos utiliza o serviço de transporte coletivo duas vezes por semana para ir até uma entidade assistencial, e o cadastramento, por ser realizado em um bairro afastado, exige gastos a mais. “Para fazer a carteirinha temos que ir até o São José e ainda pagar a taxa de 10 reais. Está dificultando nossas vidas, pode parecer pouco para muitos, mas às vezes, não tenho nem um real na carteira. Não temos dinheiro nem tempo”.
As aposentadas Anita de Jesus, 69, e Neusa Ozolan, 74, não reclamariam se o cadastramento fosse feito no Terminal, mas a necessidade de se locomover até o bairro São José dificulta a vida de muitos idosos que utilizam o serviço. “Além de pagar pela carteirinha, temos que pegar dois coletivos, um até o terminal e outro até o São José. Isso cansa a gente, além de gastar o que não temos”, diz Neusa.