O mistério, o desconhecido e as incertezas são os principais ingredientes de um bom livro do gênero terror, para o escritor André Vianco. “O homem morre de medo do que desconhece”, diz. Ele estará no Teatro do Sesc Birigui na quarta, dia 27, às 20h, comandando o bate-papo “A Literatura de Horror no Brasil”.
O encontro será mediado pela técnica de programação do Sesc Birigui Daniela Mippo, mestre em Literatura pela Unesp. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos no local a partir das 19h.
André é roteirista, dramaturgo, diretor e um dos mais renomados autores da ficção fantástica nacional. Criador de uma elogiada obra que inclui títulos de terror, suspense, sobrenatural e fantasia, já ultrapassou a marca de 1 milhão de exemplares vendidos. Publicou seu primeiro livro, “Os Sete”, em 1999; a história deu origem à saga de vampiros que se tornou célebre e rapidamente conquistou milhares de fãs, consagrando-se depois bestseller.
Além de ter escrito e publicado 23 obras, foi roteirista contratado da Rede Globo de 2010 a 2014, foi professor da Roteiraria (2017), dirigiu três curta-metragem, e fundou a Vivendo de Inventar, empresa em que forma, orienta e ensina novos escritores em suas carreiras.
O escritor afirma que, pouca gente sabe, mas muitos autores hoje tidos como cânones e clássicos da literatura nacional dedicaram seu talento “para olhar para as sombras e mergulhar nas trevas”.
“Muitos nomes vêm fácil a nossa memória, como o patrono do nosso Terror, do gótico, Álvares de Azevedo, com ‘Noite na Taverna’. Mas também tivemos obras interessantes e cheias de talento lavradas por Lygia Fagundes Telles, F. Luchetti e, para surpresa dos iniciantes no gênero, alguns textos de Guimarães Rosa, Graciliano Ramos e o bom e velho Machadão de Assis”, afirma. Do que é produzido atualmente, André destaca Cláudia Lemes, que vem fazendo um trabalho relevante no estilo policial, além de Márcio Benjamim e Raphael Montes.
“Quem gosta do gênero não vai ter dificuldade de encontrar uma profusão de bons autores e autoras nacionais em plataformas digitais… Agora, curiosamente, em muitos meios ainda existe certo preconceito com relação ao gênero; uma pena, porque é uma das discussões, dentro da ficção que sempre provocou muitos autores em todos os tempos, pois falar de terror é falar da gente como espécie humana”, complementa.
André ressalta que a literatura nacional de horror tem uma boa recepção. Segundo ele, é um gênero muito procurado por leitores, mas quando o assunto é a difusão, é um “trabalho de formiguinha”, árduo e com pequenos espaços nos grandes veículos. Porém, afirma que a internet mudou esse cenário, com uma variedade de blogs, vloggers e podcasts que buscam autores do gênero.
Serviço
Bate-papo “A Literatura de Horror no Brasil”
Com André Vianco – Mediação de Daniela Mippo
Quarta, dia 27, às 20h
Teatro do Sesc Birigui
(Rua Manoel Domingues Ventura, 121, Vl. Xavier)
Grátis – Ingressos distribuídos no local 1h antes