Um jovem morreu e outro ficou ferido após a queda de uma marquise no Jardim Paulista, área nobre da zona sul de São Paulo, na noite desta quarta-feira (13/11/2019). Segundo o Corpo de Bombeiros, a estrutura caiu sobre as vítimas às 19 horas, na Rua Bela Cintra, 1.786, na altura da Alameda Tietê. O local é um prédio residencial.
O jovem que não resistiu aos ferimentos foi identificado como Tiago Nery, de 18 anos, e não seria morador do local. Com ele, estava João Portugal, que não teve a idade informada. Ele foi socorrido e levado ao hospital Sírio Libanês. De acordo com os bombeiros, o médico da equipe de atendimento constatou a morte do jovem no local. O ferido teria sofrido trauma de tórax, segundo a corporação. Ao todo, seis viaturas foram deslocadas para a ocorrência.
Uma equipe de perícia chegou ao local duas horas depois do acidente e, junto com a Defesa Civil, faz avaliações que podem apontar a razão da queda da estrutura. Marcos Santana, da Defesa Civil, disse que a estrutura do prédio não foi comprometida e que o local também passará por vistoria da subprefeitura da região para apontar as causas da queda da marquise. Ele disse ter identificado previamente infiltrações e reparos precários na marquise, mas afirmou que não é possível apontar a causa do acidente a partir dessas observações. Na fachada do prédio, um adesivo foi colado indicando uma interdição da estrutura pela Defesa Civil.
A marquise, que aparenta ter cerca de 15 metros de comprimento, cobre toda a entrada do edifício residencial. Com o desabamento, parte da estrutura ficou apoiada sobre um dos muros do condomínio e outra, atingiu o solo na área em que os jovens estavam.
A rua Bela Cintra foi interditada pela polícia e pelos bombeiros para a retirada do corpo.
Tiago Nery, era aluno do Colégio Santa Cruz. Em nota, a escola afirma que alunos, familiares e educadores receberam a notícia do falecimento com profunda tristeza. João Portugal, que ficou ferido, também é aluno do colégio. Eles estavam no último ano do ensino médio.
Forte estrondo
A ajudante de garçom Germana Silva, de 20 anos, se preparava para abrir o restaurante que funciona em frente ao local do acidente quando escutou um barulho muito intenso. Antes, ela se recorda ter visto dois jovens conversando sob a estrutura. “Ainda pensei que eles tivessem conseguido escapar de alguma forma, tivessem corrido para trás, para dentro do prédio”, disse.
Diego Apolinário, de 23 anos, trabalha no mesmo restaurante em frente ao prédio e disse ter escutado o estrondo e ter pensado que o prédio tinha desabado. Ele saiu do estabelecimento e constatou a queda da marquise. Um dos atingidos se comunicava com a equipe de resgate durante o procedimento em que a estrutura era elevada para aliviar sua dor. “Era uma estrutura grande e eu mesmo já fiquei embaixo dela em dia de chuva”, contou.
A comerciante Heloísa Toldi é moradora do prédio, mas não estava no local no momento do acidente. Ela relatou que suas filhas se assustaram com o estrondo e deixaram o local para outro apartamento, mas que a informação da administração do local não indica outros danos estruturais no restante do prédio.