A novela em que se transformou a disputa pelo PSL (Partido Social Liberal) em Araçatuba ganhou um novo capítulo nesta semana. A direção estadual da sigla registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um novo diretório provisório na cidade, encabeçado pelo advogado e jornalista Iranilson Silva.
No entanto, o próprio presidente do partido na cidade tem consciência de que poderá perder o PSL nos próximos dias, caso Eduardo Bolsonaro seja destituído da presidência estadual, como quer o presidente nacional, Luciano Bivar, após as brigas internas e troca de farpas entre bolsonaristas e não bolsonaristas, por causa do fundo partidário.
A nova composição do diretório municipal é composta por Iranilson Silva (presidente); Jacques Petia (vice-presidente); Renato Freitas Santos (secretário-geral); Joaquim Ramos (primeiro-secretário); Juliano Targa (tesoureiro geral); e Lucas Ramos, Osnei Ferracioli e Valmir Cunha (vogais).
A intenção do novo grupo, que tem o apoio do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do estadual Carteiro Diniz, é lançar candidato próprio a prefeito no ano que vem, caso a sigla permaneça com eles até lá.
“Temos nomes fortes que estão se dispondo a disputar a Prefeitura no ano que vem”, garantiu Silva, que foi alçado à presidência do partido local sem mesmo ser filiado ao PSL, após um encontro com Eduardo Bolsonaro e Carteiro Diniz, em São Paulo. “Nós tivemos uma atuação forte na campanha eleitoral e nos tornamos próximos do Eduardo Bolsonaro”, disse Iranilson Silva.
Para ele, o vereador Denilson Pichitelli, que manteve o controle do partido em Araçatuba até julho deste ano, quando o diretório municipal foi destituído, foi omisso ao não defender o governo das críticas disparadas contra a Reforma da Previdência pelos vereadores Professor Cláudio (PMN), Beatriz (Rede) e a suplente de vereadora Marlene Mira (PRB), que substituiu Cido Saraiva (MDB) por um mês.
“O Pichitelli montou o partido aqui em Araçatuba, mas a partir do momento que o Bolsonaro entrou no PSL, as coisas mudaram”, disse Silva. “Nós recebemos a notícia com satisfação, ao nos transferirem o diretório municipal, ainda que provisoriamente, mas temos consciência de que se Bolsonaro for expulso ou destituído, nós perderemos o partido aqui”, avaliou.
O vereador Denilson Pichitelli, por sua vez, disse estar tranquilo quanto ao futuro do PSL em Araçatuba. Isso porque o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, que quer a expulsão de Eduardo Bolsonaro, tem fortes ligações políticas com o deputado federal Junior Bozella, que teve o apoio de Pichitelli nas eleições 2018.
“Temos conversado muito com o grupo que deverá assumir o partido no estado de São Paulo e estamos confiantes de que esta situação será revertida”, afirmou. Bozella é o nome que deverá ser alçado à presidência estadual do PSL.
O grupo de Pichitelli é formado por capitão Kerlis Ribeiro de Camargo (vice-presidente); Cleiton Manaia (secretário-geral); Fábio Blaya (primeiro-secretário); Aguinaldo Mendes (tesoureiro-geral); Evandro Everson dos Santos (primeiro tesoureiro) e Andrea Pozena, Cristiano Silva e Rogério Ferreira Pinto (vogais).