O Brasil já registra 4.476 casos confirmados de sarampo desde janeiro deste ano, de acordo com dados de novo boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (19) pelo Ministério da Saúde.
Desses registros, 87% ocorreram nos últimos 90 dias, período em que foram confirmados 3.909 casos da doença.
A maioria dos registros nos últimos 90 dias ocorreu em São Paulo, estado que responde por 98% dos casos no período. Outros 16 estados, no entanto, também apresentam transmissão ativa do vírus.
Só nos últimos três meses, parâmetro utilizado pelo Ministério da Saúde para definir o período de surto ativo, São Paulo teve 3.807 casos confirmados.
Em seguida, está o Rio de Janeiro, com 19 casos, seguido de Pernambuco (15), Minas Gerais (13), Santa Catarina (12), Paraná (9) e Rio Grande do Sul (7).
Os estados de Maranhão, Goiás e Rio Grande do Norte confirmaram quatro casos cada. Também houve registros no Distrito Federal (3), Pará (2), Mato Grosso do Sul (2) Piauí (2), Espírito Santo (1), Bahia (1) e Sergipe (1).
O número de casos confirmados, porém, deve crescer nas próximas semanas, já que é alto o número de casos em investigação, ou 20.485. Desses, uma média de 25,5% tem sido confirmada.
Nesta semana, o Ministério da Saúde liberou R$ 10,5 milhões para estados com surto ativo da doença. O objetivo é reforçar ações de vacinação e, com isso, interromper a transmissão.
A pasta também prepara uma campanha nacional de imunização contra a doença. A ideia é que a estratégia ocorra em duas etapas e de forma seletiva, abrangendo grupos mais vulneráveis ao sarampo.
Na primeira etapa, de 7 a 25 de outubro, o público-alvo são as crianças de 6 meses a menores de 5 anos. Já na segunda etapa, de 18 a 30 de novembro, o foco é a população de 20 a 29 anos.
Haverá ainda dois dias de mobilização para vacinação desses grupos: um em 19 de outubro e outro em 30 de novembro.
Ao todo, foram confirmadas quatro mortes por sarampo neste ano. Destas, uma ocorreu em um homem de 42 anos e outras três em crianças menores de um ano.
Atualmente, a faixa etária de menores de um ano é a que apresenta maior incidência da doença, com 52,8 casos a cada 100 mil habitantes. O alto número de casos neste grupo levou o Ministério da Saúde a recomendar, em agosto, a aplicação de uma dose da tríplice viral em bebês de 6 meses a 11 meses a 29 dias. Até então, essa faixa etária não fazia parte do calendário nacional de vacinação.
Chamada de dose zero, essa vacinação extra não substitui as doses de rotina, que devem ser aplicadas aos 12 meses, por meio da vacina tríplice viral, e aos 15 meses, por meio da vacina tetraviral ou pela tríplice viral associada à vacina contra varicela. A efetividade da vacina é maior para aqueles que tiveram todas as doses recomendadas.
Para crianças menores de seis meses, a previsão é de que já haja uma proteção caso a mãe tenha sido vacinada. A recomendação é de que pais de crianças dessa faixa etária evitem exposição a aglomerações e mantenham higienização adequada e ventilação de ambientes.
Em caso de qualquer sintoma da doença, como manchas vermelhas pelo corpo, febre, coriza, conjuntivite e manchas brancas na mucosa bucal, a recomendação é procurar serviços de saúde imediatamente.