A Polícia Federal pediu a prorrogação do prazo para entregar a conclusão da segunda parte do relatório do inquérito aberto para investigar a organização criminosa alvo da operação ‘#TudoNosso’ por desviar recursos da Prefeitura de Araçatuba (SP) por meio de licitações fraudadas.
De acordo com a Polícia Federal, o prazo para a entrega do documento terminou nesta segunda-feira (27), mas a delegada responsável pelo caso pediu mais 15 dias para finalizar a análise do material e dos documentos apreendidos.
Ao todo, 15 pessoas foram presas durante a operação deflagrada no dia 13 de agosto nos municípios de Araçatuba, Clementina, Itatiba e Jundiaí (SP). Dessas, 10 foram libertadas após o fim da prisão temporária.
Contudo, outros cinco suspeitos continuam em presídios da região por tempo indeterminado. Entre eles estão José Avelino Pereira, o Chinelo, apontado pela PF como líder da organização, Igor Thiago Pereira, José Cláudio Ferreira, o Zé Pera, Thiago Henrique Braz Mendes, e Silvia Aparecida Teixeira.
Depois que a Polícia Federal entregar a conclusão da segunda parte do inquérito para a Justiça Federal, o Ministério Público Federal vai analisar as provas e decidir se denunciará os indiciados. Se a denúncia for aceita, o processo começa a tramitar na Justiça.
Ainda segundo a PF, 20 pessoas são investigadas e devem ser indiciadas de acordo com as funções que cada uma exercia dentro da organização criminosa.
Entre os crimes que os suspeitos podem ser indiciados estão corrupção passiva e ativa, associação criminosa, peculato e falsificação de documentos públicos.
Investigação
Segundo a PF, investigações apontaram que o empresário José Avelino Pereira é o responsável por montar esquema de corrupção envolvendo diversas empresas ligadas a família dele. O filho e um genro dele seriam sócios “laranja” de empresas e também tiveram a prisão decretada.
A maioria das empresas, usadas nas licitações fraudadas, não está registrada no nome do empresário. Ele é dono, de fato, de pelo menos cinco delas. A maioria dos sócios apenas “emprestam” o nome em troca de vantagens da organização criminosa, explicou a PF.
Nos últimos dois anos, de acordo com a PF, as empresas investigadas aditaram ou celebraram contratos com a prefeitura de Araçatuba nas áreas de educação e assistência social. O valor pode ultrapassar R$ 15 milhões.
Alguns servidores públicos estariam envolvidos após indicação em setores estratégicos, de interesse da organização criminosa, para facilitar as fraudes.