(Folha da Região) O MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo) instaurou dois inquéritos civis contra a Prefeitura Municipal de Andradina para apurar denúncias feitas pelo presidente do AEC (Andradina Esporte Clube), Nei Giron, contra a prefeitura por improbidade administrativa.
Na primeira denúncia, Nei acusa a prefeitura de não tomar medidas necessárias para conter a proliferação de dengue na cidade.
Enquanto no segundo inquérito, o presidente do clube relata que membros da administração municipal utilizaram o nome do clube para captar recursos financeiros. Ambas as alegações estão sendo investigadas pela Promotoria de Justiça de Andradina.
ALEGAÇÕES
Ao ser procurado pela reportagem da Folha da Região, o presidente do clube explicou o que o motivou a denunciar a prefeitura de Andradina.
“Nesse ano, quase 20 atletas tiveram dengue em nosso clube e 10 tiveram caxumba. Alguns árbitros chegaram a comentar que seus parentes que estavam assistindo o jogo tiveram dengue após visitar o estádio”, explicou Giron que, inclusive, chegou a recomendar o uso de repelentes aos árbitros antes das partidas.
O time joga no Estádio Municipal Evandro Brembatti Calvoso, de responsabilidade da prefeitura, e que foi cedido para o uso do time da cidade e que, segundo as alegações do9 presidente, não compareceu ao local depois de todos esses relatos dos jogadores e dos torcedores visitarem o estádio.
Sobre o segundo inquérito, contra o uso da imagem do AEC para a arrecadação de fundo, o presidente explica que o time seria ajudado por membros da administração, que auxiliaram na captação de fundos para manter o time.
“Algumas pessoas, membros da prefeitura, falaram que iam apoiar o time sem utilizar dinheiro do paço municipal, algo que não pode”, enfatizou.
Entre um dos integrantes da administração municipal citados por Nei está o assessor de Assuntos Estratégicos, Jamil Ono.
De acordo com as alegações do presidente do AEC no inquérito, o assessor, junto com outros membros do governo que ocupam cargos comissionados, estava captando recursos com a justificativa de que o dinheiro seria destinado para o clube, porém, o clube não chegou a receber a quantia.
“Eles (os membros do governo) criaram o sócio-foguete, que custava R$300 reais. Entretanto, nenhum dinheiro chegou até o clube”, explicou o presidente que, ainda, enfatizou o desvio do dinheiro dos patrocínios conquistados pelo clube.
“Nós tínhamos um acordo de publicidade em volta do campo, a camiseta do time estava com vários patrocinadores, mas nenhum desses valores chegou até o time”, afirma Giron.
Antes de buscar o MPSP, ele tentou falar com a prefeitura para resolver o problema da dengue. “Pedi à prefeitura que mandasse a vigilância sanitária vistoriar o local, tinha minhas dúvidas de que o foco da dengue fosse dentro do próprio estádio e a cidade teve muitos casos da doença”, explicou o mandatário.
Em relação à verba proveniente dos patrocínios, o presidente disse que, antes, enviou uma notificação à prefeitura pedindo uma prestação de contas, porém não foi acatado. “Não via outro caminho a não ser enviar um pedido ao MPSP para investigar o caso”, salientou. Giron ainda afirma que tem várias gravações que podem comprovar o teor de sua denúncia, além de declaração da concessionária Tijoá, de que houve negociação com a Prefeita Tamiko Inoue e o assessor Jamil Ono, para patrocínio ao time, cuja verba, segundo ele, nunca chegou aos cofres do Foguete.
A reportagem da Folha da Região procurou a Promotoria de Justiça de Andradina para falar sobre o caso, porém, até o fechamento desta edição, não obteve resposta. Já a Prefeitura de Andradina, ao ser questionada sobre as alegações do presidente do AEC disse que entende que essa é uma questão pessoal e só irá responder os autos.