O chefe da organização criminosa que desviou pelo menos R$ 15 milhões em contratos fraudulentos com a prefeitura de Araçatuba (SP) indicava servidores públicos para setores estratégicos, de interesse da organização, para viabilizar as contratações e fraudes sem levantar suspeitas. A informação é da Polícia Federal.
A organização criminosa foi alvo da operação #TudoNosso da Polícia Federal, deflagrada nesta terça-feira (13). Treze pessoas foram presas em Araçatuba, Itatiba e Jundiaí. Só em Araçatuba foram 10 presos, entre eles servidores municipais que ocupam cargos de confiança, os chamados comissionados.
Dentre os presos está o empresário e sindicalista José Avelino Pereira (Chinelo), que é suspeito de fazer contratos fraudulentos.
Ele e o filho, Igor Tiago Pereira, atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba, foram presos temporariamente pela Polícia Federal.
De acordo com as investigações, José Avelino seria o chefe do grupo investigado e possui forte influência política na região. Segundo a PF, ele não teve dificuldades para indicar pessoas de sua confiança para ocupar cargos de livre nomeação na Prefeitura de Araçatuba.
Com pessoas ligadas ao grupo criminoso atuando diretamente, e com poder de decisão dentro de secretarias municipais, Chinelo, como é conhecido, conseguiu livre trânsito, articulação e informações privilegiadas relacionadas aos contratos da prefeitura.
A Justiça Federal decretou, além das buscas e prisões, o afastamento cautelar de servidores públicos municipais envolvidos.
Os presos serão indiciados por crimes como corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos (públicos e privados), peculato, associação criminosa, fraudes em licitações, dentre outros.
O esquema
A investigação da PF começou há aproximadamente dois anos. Segundo a polícia, investigações apontaram que José Avelino é o responsável por criar um esquema de desvio de recursos públicos mediante a utilização de várias empresas registradas em nome dos sócios e familiares.
O principal objetivo do grupo era fraudar licitações e celebrar contratos de prestação de serviços com o município de Araçatuba.
Além da utilização das empresas, pelo menos uma organização social foi criada pelo chefe do grupo e também foi utilizada para os desvios de recursos públicos.
O que diz a Prefeitura de Araçatuba
A prefeitura de Araçatuba (SP) informou que os contratos retirados para serem investigados são referentes ao período de 2013 a 2019.
Eles pertencem as empresas “Bolívia” e aos “Instituto da Valorização da Vida Humana”. O foco da operação restringiu a busca em objetos pessoais como notebooks, celulares e computadores utilizados pelos servidores da Prefeitura.
O Executivo ainda informou que preza pela verdade e pelos esclarecimentos dos fatos.
Com informações G1/TV Tem