Foram dois dias de desfiles na pista de julgamentos do recinto Clibas de Almeida. No gramado, mais de 80 cavalos Mangalarga com preços que variam de R$ 20 mil a R$ 300 mil mostraram toda a beleza da raça aos julgadores. Os resultados dos julgamentos realizados durante a 60ª Exposição Agropecuária de Araçatuba (Expô) – o maior e principal evento de agronegócio do Noroeste Paulista – são contabilizados no ranking nacional da raça.
O número de animais participantes foi cerca de 20% maior do que o esperado pela organização. “Foi bem melhor do que o ano passado. Superou todas as expectativas”, avalia o organizador e criador Gustavo Lopes.
No total, 25 modalidades foram julgadas, entre elas, Potranca Mirim (8 a 18 meses), Potranca Maior, Potro Júnior, Potro Maior, Égua Mirim, Égua, Égua Master, Cavalo Mirim e Cavalo Maior. Para Lopes, os resultados das avaliações feitas na cidade, durante a Expô, são de extrema importância para avaliação da raça no cenário nacional, por isso, a cada ano que passa, a programação atrais mais criadores.
“Araçatuba sempre teve uma pista ‘pesada’ (com competidores muito fortes). É uma referência para a raça”, disse o organizador.
O Mangalarga é considerado o principal cavalo de sela do mundo, e surgiu no Brasil há mais de 200 anos. A marcha é a principal característica da raça, que é considerada única. Com passadas firmes e elegantes, a raça atrai a cada dia novos apaixonados.
O animal da raça tem morfologia única, com frente leve e pescoço descarnado, garantindo leveza aos movimentos. Paleta inclinada e comprida proporcionam mais conforto ao cavaleiro. Já a garupa forte oferece explosão nos arranques.
Ovinos, palestra e leilão
Também terminaram no sábado (13) os julgamentos dos ovinos. Os 200 animais participantes, de cinco raças (Dorper, Ile de France, Santa Inês, Suffolk e White Dorper), que pertencem a 15 criadores, entraram no recinto no dia 10 e sairão no domingo (14). Eles fizeram parte da 22ª Exposição de Ovinos, que contou com animais para julgamento, exposição e comercialização. Os resultados destes julgamentos foram ranqueados pelo torneio Cabanha do Ano, da Aspaco (Associação Paulista dos Criadores de Ovinos), e pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Suffolk (ABCOS).
Segundo o criador e um dos organizadores dos julgamentos, Gustavo Martins Ferreira, o preço médio dos animais que estiveram presentes na Expô girou em torno de R$ 5 mil. “O evento deste ano superou todas as nossas expectativas. Há dois anos não tínhamos nenhuma comercialização de animais, e desta vez, tivemos aqui dentro do recinto e fora também. Além disso, a participação do público foi impressionante. Muitas pessoas vieram até o pavilhão de ovinos para conhecer os animais, acompanhar os julgamentos”, avalia Ferreira.
Ainda no sábado (13), foram realizadas as últimas palestras da programação rural da Expô (chamada Agro SIRAN). A primeira, sobre agricultura sustentável, foi ministrada pelo consultor técnico da Associação dos Produtores de Agricultura Natual (Apan), Kunio Nagai. A segunda, com o tema Agricultura Orgânica e Protocolo de Transição Agroecológica, foi proferida pelo engenheiro agrônomo e pesquisador Sebastião Wilson Tivelli.
Neste domingo, às 14h, ocorreu o último leilão da feira. No 12º Especial de Touros, dos criatórios Ônix e Zeus, foram ofertados 200 touros melhoradores Nelore PO. O remate foi na modalidade virtual com transmissão pelo Canal do Boi.
Empresa participa da feira há mais de 20 anos
Quem visita a Exposição Agropecuária de Araçatuba (Expô) desde a década de 1990 deve ter notado que há uma empresa de soluções para manejo e controle de rebanho (troncos, balanças etc.) que sempre está presente na feira. E o mesmo representante comercial também, Orlando Filó Junior, que trabalha na organização há 25 anos. “Nós montamos os equipamentos aqui no recinto, trazendo para a Expô os últimos lançamentos do mercado. Sempre tivemos bons resultados, durante ou até mesmo depois do evento”, afirma Filó.
Para ele, a exposição tornou-se parte da história da empresa, e vice-versa. “Cada vez mais o pecuarista precisa estar atento às demandas do consumidor, e a cadeia produtiva deve trabalhar integrada para melhor atender a essas demandas, valorizando a carne de qualidade e produzida de forma sustentável. Por isso, temos que ir onde o nosso cliente está”, explica.
“Filho” de Araçatuba, Filó diz que a Expô é referência e certeza de grandes negócios, não só regionais, como estaduais e também nacionais. “Pretendemos perpetuar esta parceria por mais 20, 30 anos, pois sempre temos resultados positivos participando da feira”, afirma.
Para o presidente do Siran (Sindicato Rural da Alta Noroeste) Fábio Brancato, a presença de parceiros comerciais há tantos anos na Expô é significativo. “É muito bom ver que existe essa ‘fidelidade’ dos nossos expositores, afinal de contas, sem eles não existiria a feira, e com certeza ela não seria o que é hoje: o maior evento de agronegócio do Noroeste Paulista”, finaliza o presidente.