A mãe de uma aluna do terceiro ano da Escola Municipal de Educação Básica Cristiano Olsen procurou a polícia e o Conselho Tutelar para denunciar possíveis abusos que sua filha, de oito anos, teria sofrido por colegas de classe dentro da própria escola. O boletim de ocorrência foi registrado como importunação sexual e a investigação segue em segredo.
Os abusos teriam começado em abril. A mãe conta que, desde então, a menina mudou o comportamento, ficou agressiva, e não queria mais ir à escola. Ao conversar com a filha, a mãe soube que um colega de sala pediu que a garota fizesse sexo oral com ele.
A menina relatou ainda, conforme a mãe, que as crianças brincavam do jogo Verdade e Desafio e se desafiavam a mostrar os órgãos genitais umas às outras. Uma semana depois, a garota chegou em casa com marcas no braço.
A mulher procurou a diretoria da escola, mas não obteve resposta. “Só me disseram que a minha filha tinha levado uma mordida que nem marca deixou e que já tinham conversado com os alunos”, contou. “Em um caso desses, eles deveriam chamar os pais para relatar o que está acontecendo dentro da escola”, opinou, destacando que a menina ficou, sim, com marcas no braço.
Com receio do que pudesse acontecer com a filha no ambiente escolar, a mãe procurou a Secretaria Municipal de Educação e pediu a sua transferência para outra escola, o que foi negado.
Mesmo sem ter condições financeiras, a vendedora decidiu matricular a menina em uma escola particular. “Eu fiquei desesperada, com medo de que acontecesse algo mais grave à minha filha”, desabafou.
CÂMARA
O caso foi parar na Câmara Municipal de Araçatuba. O vereador Lucas Zanatta (PV) protocolou um requerimento, que deve ser lido na próxima sessão (10), questionando se a Prefeitura tem ciência da ocorrência dos fatos; quais providências foram tomadas pela escola e quais são as ações desenvolvidas dentro da escola para impedir este tipo de ocorrência.
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que assim que a mãe fez a denúncia, a escola iniciou a apuração, ouvindo demais alunos e funcionários.
“Não foi identificado nenhum indício das acusações feitas pela mãe com base em relatos da filha. Ainda assim, a denúncia juntamente com a apuração realizada está sendo enviada ao Conselho Tutelar para, em conjunto, verificar a necessidade de outras providências, primando sempre pelo bem-estar das crianças e garantia dos seus direitos”, informou a nota.