O empresário Carlos Alberto Mestriner, proprietário da indústria de calçados Klin, de Birigui, gravou um vídeo em que pede socorro ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e uma ação urgente que “traga oxigênio à economia no curtíssimo prazo, para que o Brasil volte a respirar”.
Mestriner, que apoiou Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, disse que a situação econômica, que já era ruim no final do ano passado, piorou muito nos primeiros seis meses de governo, ao contrário do que fora prometido e estava previsto.
Usando uma bandeira do Brasil no cenário, ele cita que dezenas de indústrias de calçados estão encerrando suas atividades ou reduzindo suas produções e milhares de trabalhadores estão perdendo o emprego. “Pais de famílias vendo as condições de suas famílias deteriorarem. A desesperança começa a tomar conta dessas pessoas”, afirmou.
O empresário diz, ainda, que o consumo está em queda livre, o que enfraquece o varejo e acarreta na diminuição das encomendas às indústrias de todos os setores. “Estamos alimentando uma bola de neve que só tende a aumentar e piorar”, disse.
Mestriner afirma, na mensagem, que está em Birigui, a capital do calçado infantil, “cidade onde mais de 83% votou na esperança, votou na mudança, votou em Bolsonaro”.
O vídeo, que circula pelas redes sociais, é endereçado também ao ministro da Economia, Paulo Guedes, senadores e deputados. Nele, o empresário fala também de uma queda de braço entre o Executivo e o Legislativo.
“Esta luta de egos está levando a corda a estourar para o lado mais fraco da sociedade, que é a do brasileiro mais humilde, o trabalhador”.
Ao final, Mestriner diz que os trabalhadores brasileiros não suportarão mais um mês sequer sem o que ele chamou de “oxigênio para que o Brasil volte a respirar”. “Na verdade, neste momento, o que estamos fazendo é pedindo, é implorando socorro”, finalizou.
Veja o vídeo:
(Confira o teor do vídeo na íntegra abaixo)
“Presidente Bolsonaro, ministro Paulo Guedes, caros senadores e deputados:
Hoje, o ambiente econômico se resume no seguinte: o consumo está em queda livre. Os consumidores não estão vendo luz no final do túnel. Com isso, o varejo está enfraquecendo dia após dia, acarretando em diminuição de encomendas às indústrias, e de todos os segmentos, refletindo no setor produtivo, inclusive no transporte. Está é a atual realidade do Brasil.
Tudo isso está levando o nosso país à total estagnação de sua economia. A economia do Brasil não está caminhando como deveria. A paralisação de todos os setores da economia nacional está levando ao desemprego generalizado pelo País afora. Estamos alimentando uma bola de neve que só tende a aumentar e piorar.
Aqui na região noroeste do Estado de São Paulo não é diferente. Estamos em Birigui, a capital do calçado infantil, cidade onde mais de 83% votou na esperança, votou na mudança, votou em Bolsonaro.
Sabemos perfeitamente das dificuldades enfrentadas por esta nova forma de governar e por isso tem nosso apoio. Porém, nesses primeiros seis meses de governo, a dura realidade que estamos vivendo é que estamos sentindo diretamente na pele, é que dezenas de indústrias do calçado estão encerrando suas atividades ou reduzindo suas produções.
Milhares de trabalhadores estão sendo desempregados. Pais de família vendo as condições de suas famílias deteriorarem. A desesperança começa a tomar conta dessas pessoas.
Apesar da dramática situação de perdas de emprego, o que se vê ainda é uma queda de braço entre o Executivo e o Legislativo, incluindo grande parte da mídia, sem contar com a esquerda, apostando no quanto pior, melhor.
Esta luta de egos está levando a corda a estourar para o lado mais fraco da sociedade, que é a do brasileiro mais humilde, o trabalhador. Justamente aquele que apoiou com esperança de dias melhores. No entanto, o que este brasileiro sente são os empregos, as oportunidades e a esperança desaparecerem, morrendo.
O que estava ruim até o final do ano passado, ao contrário do que era previsto e prometido, piorou, e muito. Esta infeliz queda de braço e a morosidade só estão conseguindo levar o Brasil a óbito.
As reformas precisam acontecer, sim. É necessário, é urgente, é urgentíssimo. Mas mais do que estas reformas estruturais, é preciso fazer alguma coisa agora com a máxima urgência possível, que traga oxigênio à economia no curtíssimo prazo, pra que o Brasil volte a respirar.
Nossa região, Birigui, o País e, principalmente, os trabalhadores brasileiros não suportarão mais um mês sequer sem este vital oxigênio.
Na verdade, neste momento, o que estamos fazendo é pedindo, é implorando socorro.”
Carlos Alberto Mestriner
Empresário no Setor Calçadista