Jhony Pereira Ramos foi condenado, pela Justiça de Penápolis, a 18 anos e seis meses de reclusão em regime fechado. Ele era acusado de matar a facadas a ex-companheira Gabriela Rosa da Silva, de 22 anos. O crime ocorreu em 1º de junho de 2017 em Avanhandava.
O júri foi realizado no Fórum, sendo presidido pelo juiz Marcelo Yukio Misaka e tendo a participação do promotor Vinícius Barbosa Scolanzi. A defesa do réu foi feita pelo advogado André Bazan Tarabini. Os trabalhos iniciaram às 9h30 e encerraram por volta das 13h. Na sentença, o juiz qualificou o crime como feminicídio. Ramos já respondia ao processo preso.
Ele se entregou a polícia no início de julho do mesmo ano. O caso ganhou repercussão nacional porque Ramos, além de fugir após o crime com o filho de cinco anos, ainda postou mensagens em redes sociais na internet pedindo desculpas pelo que fez.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Ramos conviveu com a vítima por cerca de cinco anos e não aceitava o término do relacionamento. No dia do crime, ele foi até a casa dos pais de Gabriela a procura dela, dizendo que precisavam conversar. Ambos saíram do local e foram até a residência onde a vítima iria morar com o filho do casal, na rua Borba Gato, na Vila Tirintan.
Na época, segundo o que a reportagem havia apurado com familiares da vítima, o imóvel, bastante precário, havia sido conseguido emprestado até a jovem arrumar um emprego. Ela não chegou a dormir nem uma noite no local, que continha apenas um fogão, guarda-roupa e uma cama, tudo que tinha ganhado de parentes e amigos.
Durante o trajeto, vítima e réu começaram a discutir. No imóvel, após Gabriela se recusar em reatar o relacionamento, o réu, de posse de uma faca, golpeou-a 12 vezes, causando-lhe ferimentos. Em seguida, o réu deixou o local levando, além da faca, o menino. Ele passou na casa dos pais da vítima e sugeriu a eles que fossem até o local, pois Gabriela precisava de ajuda.
A mãe e a irmã foram até o imóvel e encontraram a jovem caída. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu. Ramos fugiu para Queiroz (a 57 km de Penápolis). Dias depois, a criança foi localizada em uma casa abrigo em Tupã.
REDES SOCIAIS
Enquanto esteve foragido, Ramos usou as redes sociais para falar sobre o caso. Em diversas postagens, ele reconheceu o crime e disse que não debateria com a sociedade, pois sabia que estava errado.
Diante disso, ele passou a receber críticas de internautas que acompanharam suas publicações. Em outra publicação, o réu postou uma frase pedindo para que seu filho o perdoasse.
Mais uma vez, ele escreveu um pequeno texto em sua página nas redes sociais, onde afirmava que sabia que as pessoas o achavam um monstro e acrescentou que se “tivesse sido uma traição a perdoaria e poderiam ainda estar juntos”.
Na mesma publicação, ele afirmou sentir muito pelo ocorrido, dizendo que ainda amava muito a vítima e que tinha “ficado com medo de nunca mais a tê-la, de ir preso um dia e ela ficar livre com outro”. Apesar do arrependimento, ele voltou a proferir ameaças, afirmando que “mataria vários para tê-la de volta” e que se tirassem seu filho de sua família “seriam dois a menos”.
Por fim, Ramos questionou o porquê que Gabriela tinha “dado ouvidos para amizades erradas a pessoas que fingiam ser amigas dela” e que ele teria sido usado pelo “inimigo” para ter uma reação totalmente errada. As publicações geraram revoltas dos internautas na época do crime. (Ivan Ambrósio/Jornal Interior).