Doze produtores rurais de Piacatu (SP) participaram nesta semana do curso Meliponicultura – Criação de abelhas sem ferrão –, promovido pelo Sindicato Rural da Alta Noroeste (Siran), em parceria com o sistema Federação da Agricultura do Estado de São Paulo/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faesp/Senar), e apoio da Casa da Agricultura (órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado) e da Prefeitura.
Com 32 horas de duração, divididas em quatro dias, o curso começou com aulas teóricas, nas quais os participantes receberam informações sobre a anatomia das abelhas, espécies sem ferrão (mandaçaia, tubuna e jataí, por exemplo), comportamento e multiplicação do enxame, e estrutura necessária, entre outras.
Na parte prática, a turma foi para o campo onde aprendeu a montar e a instalar iscas para atrair abelhas nativas.
De acordo com o instrutor Edson Antônio Guarido Ribeiro, o interesse pela meliponicultura está aumentando no estado de São Paulo. Além de diversificar o trabalho rural, a criação de abelhas sem ferrão pode ser feita em uma pequena área da propriedade, o que permite fácil acesso à atividade.
“Na meliponicultura o investimento é baixo, sem a necessidade de caixas padronizadas e macacões de proteção, por exemplo, ao contrário da apicultura tradicional.
GERAÇÃO DE RENDA
O objetivo do curso é fazer com que os alunos se interessem pela meliponicultura como atividade econômica.
“No curso damos orientações sobre a comercialização do mel, que é extremamente saboroso, além de possuir propriedades nutritivas, medicinais e com alto teor de água, comparado com o mel das abelhas africanizadas (híbridas) – portanto, o produto tem alto valor agregado –, assim como a comercialização de enxames. Ou seja, é uma opção muito interessante de geração de renda”, afirma Ribeiro.
Antes mesmo de fazer o curso, o produtor rural Jorge Veríssimo Fachinetti já havia começado a montar por conta própria o material para criação das espécies sem ferrão. Agora, com as informações que obteve no curso, vai padronizar as colmeias e espera ter melhor rendimento.
“Tenho certeza que é um ótimo negócio. Quero ampliar a área de pasto apícola (flores para as abelhas retirarem o néctar) e aumentar o número de colmeias. Depois disso, já planejo investir na produção e comercialização do mel”, diz Fachinetti.
A professora aposentada Cleuza Alves do Nascimento, que, junto com o marido, possui uma chácara onde cria gado de leite, interessou-se pelo curso para ganhar conhecimento.
“No meu caso, o mel que queremos produzir é para consumo próprio mesmo. Além disso, também queremos preservar o meio ambiente, já que a meliponicultura proporciona isso, com abelhas nativas e uma atividade praticamente artesanal. Achei o curso esclarecedor, excelente”, finalizou Cleuza.