A Polícia Civil vai investigar uma denúncia de que um casal, morador de rua, foi agredido por três policiais militares, nesta quarta-feira (8), na região central de São José do Rio Preto (SP).
De acordo com o boletim de ocorrência, as vítimas contaram que estavam dormindo embaixo de um pontilhão, quando foram abordadas pelos policiais militares que estavam de bicicleta. O trio teria pedido para eles saírem do local de forma violenta.
No entanto, a mulher, que está grávida de seis meses, não teria conseguido levantar por estar medicada com remédios psiquiátricos e os policiais teriam ateado fogo no pertence do casal.
“Os moradores de rua serão ouvidos. Se houver a presença de policiais militares, eles terão de ser ouvidos também. Temos que apurar que crime ocorreu realmente. Não basta a pessoa ir à polícia e colocar tudo em um papel. Temos que comprovar a situação”, explica o delegado coordenador do 1º distrito policial de Rio Preto, Júlio Pesquero.
Ainda segundo o registro policial, a gestante teria se ferido após ser atingida pelas chamas, que consumiram uma bolsa, documentos, sapatos e mantas. O casal também informou não saber os motivos das agressões e que não tiveram chance de se defender.
“Caso seja comprovado a presença dos três policiais, o caso vai ser tratado como abuso de autoridade. No entanto, se não houve presença dos policiais, o crime será tratado como lesão corporal, dano e incêndio”, diz Júlio Pesquero.
O caso registrado como lesão corporal será investigado pelo 1º Distrito Policial de São José do Rio Preto.
O que diz a Polícia Militar
A Polícia Militar informou que não foi comunicada formalmente pela Polícia Civil, sendo que os fatos chegaram ao conhecimento por meio da imprensa, nesta sexta-feira (9).
Logo que a polícia tomou conhecimento da notícia, o Comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar do Interior determinou a abertura de procedimento investigatório para apuração dos fatos, e realização de diligências imediatas.
Preliminarmente, já se apurou haver testemunhas da abordagem policial, segundo as quais os fatos teriam ocorrido de forma diversa da relatada pelas supostas vítimas, conforme declarações prestadas em boletim de ocorrência da Polícia Militar.
Também já se apurou que o reclamante tem vários antecedentes criminais e que, até o momento, não há indicações de testemunhas que confirmem a versão por ele apresentada, conforme se verifica no BO.
As investigações estão em curso e serão complementadas com a coleta de outras provas sobre os fatos.
Com informações TV Tem / G1