Márcia Procopio Arcain Bonfim, 29, moradora de Araçatuba é lutadora de Kickboxing, atleta da seleção brasileira e atual número 1 do ranking brasileiro do esporte na categoria K1 Rules. A atleta multi campeã está em busca de patrocínios para seguir competindo e representando o país nas competições internacionais e sonha em disputar as Olimpíadas de 2020 em Tóquio no Japão.
A prática de esportes surgiu na vida de Márcia Procopio após uma recomendação médica para perder peso e sair do sedentarismo, foi então em 2008 que conheceu o Muay Thai e ficou apaixonada pelo esporte.
Ao longo dos anos foi se graduando em artes marciais e em 2016 começou a dar aulas de Muay Thai e Kickboxing, foi aí que Márcia decidiu competir para aprimorar suas técnicas. “O Muay Thai e o Kickboxing são modalidades semelhantes e não se dividiam até então”, explica ela.
“Quando comecei a ensinar Kickboxing percebi que precisava adquirir todas as experiências que um professor precisa. Foi quando eu senti a necessidade de viver uma experiência como atleta. Iniciei as competições em 2016 e não parei mais”, conta.
Nos três anos como atleta profissional, Márcia possui um currículo com grandes conquistas, dentre eles: 3 títulos de campeã brasileira de Muay Thai (2016, 2017 e 2018); campeã Pan Americana de Kickboxing 2018; vice campeã brasileira de Kickboxing 2018; campeã paulista de Kickboxing 2018; campeã Arnold Classic Kickboxing 2019.
A lutadora foi convocada para a Seleção Brasileira pela primeira vez em outubro de 2018, e conta que foi uma honra representar o país em uma competição internacional.
“Fui participar do Campeonato Panamericano em Cancún no México. Foi uma das melhores experiências da minha vida. Subir ao pódio e ouvir o Hino Nacional tocando é algo indescritível, me emociono todos as vezes que me lembro”, lembra a atleta que ficou com a medalha de ouro na oportunidade da categoria K1 Rules.
A também professora explica que o Kickboxing é dividido em 7 categorias como o K1 Rules – sua especialidade, Low Kick, Full Contact, Kick Light, Point Fight e Musical Forms. No último final de semana Márica foi campeã no Open Argentina nas categorias K1 Rules 70 kg avançado, Low Kick 70 kg avançado e Light Contact +65 kg avançado e prata na categoria Kick Light +65 kg avançado, e retonou ao Brasil com 4 medalhas na bagagem.
Graças a estes resultados Márcia Procopio é a atleta número 1 no Ranking Brasileiro de Kickboxing na categoria K1 Rules. Mas, o topo do ranking não foi algo que surpreendeu a atleta, que conta ter batalhado muito para atingir o resultado tão sonhado. “Planejei isso! Tinha como objetivo principal ser campeã Pan Americana e sabia que para isso precisa vencer todas as etapas. Consegui a classificação e este objetivo mudou, passei a ter como objetivo o campeonato mundial”, explica ela.
O próximo campeonato que a atleta de Araçatuba vai disputar é o Brasileiro de Kickboxing que acontece em Sorocaba entre os dias 20 e 24 de junho. Toda a preparação feita pela atleta é em busca de um grande objetivo, as Olimpíadas de 2020 em Tóquio, no Japão. “É algo que venho me preparando há 1 ano e meio, sei que vou chegar lá e chegarei na minha melhor versão possível! A cada nova luta há uma superação e um ponto de correção, estou evoluindo muito e seguindo com o mesmo objetivo de me tornar atleta olímpica. Preciso permanecer no topo do ranking para ser convocada para ir para as olimpíadas no próximo ano”, conta.
Segundo Márcia a principal dificuldade de ser atleta é a falta de incentivo ao esporte e patrocínio. “Esta é a parte mais difícil. Tenho algumas pessoas que me ajudam, mas nem sempre o apoio é financeiro. Desde o ano passado, faço parte da seleção Brasileira de Kickboxing e o número 1 do Ranking Brasileiro sempre é convocado a competir levando o nome da nação, mas o custo destas viagens é todo do atleta”.
Em cada competição Márcia precisa realizar algum tipo de ação para conseguir o dinheiro para viajar e representar o país. “A iniciativa privada é o que tem me ajudado até agora, para isso fazemos ações ente amigos, venda de pizzas, venda de camisetas, algumas pessoas me doam dinheiro, passagens, compram rifas entre outras coisas e é isso que tem me levado para todos os lugares que participo”, explica a atleta.
Apesar das dificuldades a lutadora não desiste do sonho olímpico e segue a preparação para se manter com chances de ser uma das representantes do Brasil em Tóquio no ano que vem. “Vou acumulando pontos ao longo do ano, de acordo com os resultados que vou tendo nos eventos nacionais e internacionais e isso se acumula para o ranking que sai em fevereiro do próximo ano”, explica.
“Tenho mais 4 campeonatos super importantes ao longo deste ano. Já fui convocada para mais dois eventos internacionais, o campeonato mundial que será realizado na Bósnia e Herzegovina em outubro e também o sul americano que será disputado em Lima, no Peru em novembro. Preciso do melhor resultado possível para acumular pontos para este ranking”, finaliza.
Com Alexander Rodrigues/ Folha da Região