Cristina Munhoz
Passava das 20h daquela quinta-feira, véspera de feriado, quando bateram à minha porta… Caía um temporal. Atendi e, ao olhar nos braços da pessoa, vi aquele pequeno ser tremendo de frio e todo molhado.
O moço disse: “Você poderia ficar com ele? Todos disseram que você ficaria…”
Respirei fundo e não queria olhar naqueles olhos, porque sei que seria difícil resistir, mas olhei. O pequeno me olhou e, antes que eu respondesse para o moço, estendi as mãos para pegá-lo.
Ele me olhava pedindo para ficar. No outro dia comecei a cuidar dos seus poucos pelos cheios de nós. Seus olhos pareciam estar doentes, o corpo era tão magro que ficava arqueado.
No sábado, em sua primeira consulta, fui informada que talvez ele perdesse a visão e que tivesse uma doença crônica.
Que desespero ficou meu coração! Mas não desisti e a coragem tomou conta do meu ser.
Cada pelo que nascia era comemorado, a visão dele foi se recuperando e aquela doença finalmente foi descartada. Que alegria!
Eu o preparava para adoção, foi castrado, vacinado. O dia finalmente chegou! Olhei para ele e ele me olhava com tanto amor que comecei a chorar… Como eu ia viver sem ele perto de mim?
Realmente, cada um é responsável pelo que cativa. Vocês já pensaram como pequenos gestos podem evitar grandes sofrimentos? O nome dele é Rick e hoje vive comigo, assim como tantos outros.
A nossa intenção é sempre mudar vidas e transformar destinos que seriam bem tristes em finais muito mais felizes. Até a próxima.