Médicos que tenham gosto pela força policial e por ajudar nas investigações, elucidar crimes e fazer justiça. Estes são critérios para os profissionais da saúde que optam por integrar o corpo de médicos legistas do IML (Instituto Médico Legal). Neste dia 07 abril (domingo), tanto os médico-legais quanto o IML fazem aniversário.
Dentro da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o IML está subordinado à Superintendência da Polícia Técnico-Científica.
Engana-se, porém, quem imagina que no IML, a única atribuição de um legista é a necropsia, o ato de examinar um corpo após a morte. Quem garante é o próprio diretor do IML de São Paulo, Dr. Alexandre Marcos Cirino.
“Examinar um corpo sem vida é apenas 30% do trabalho de um médico legista. Na maior parte do tempo ele realiza exames de lesão corporal, constatação de violência sexual, exame para averiguação de embriaguez ou uso de drogas”, explica.
O diretor do IML conta que o instituto hoje é composto por 20 núcleos, dividido por regiões, e que cada núcleo possui profissionais especializados nas mais variadas áreas da medicina-legal. “A rotina de trabalho de quem atua nessa região inclui plantões muitas vezes movimentados”, afirma.
O diretor do IML explica que há uma sensação mista no trabalho diário de um médico legista. “Por um lado, é apaixonante saber que se trabalha pela justiça. Por outro, é triste ver um ser humano machucado”, pondera o profissional.
Produção de provas periciais
A médica legista Dra. Angélica de Almeida atua no Centro de Perícias do IML e considera a produção de provas periciais, a parte mais gratificante do trabalho de um médico-legal.
“É a melhor maneira pela qual podemos contribuir para que a justiça seja feita. Se não podemos ajudar uma vítima fatal, podemos colaborar para que os responsáveis sejam devidamente reconhecidos e, assim, garantir que outras vidas no futuro sejam poupadas”, afirma a doutora.
Já o Dr. Vitor Gianvecchio, Diretor do Núcleo de Toxicologia do IML, além de gerir um laboratório, também dedica parte do seu tempo para instruir futuros médico-legais do IML, lecionando na Acadepol.
“É uma profissão apaixonante e cada vez mais procurada por novos médicos. Eu me formei em medicina em 2001, entrei no IML em 2006 e desde então continuo estudando e me especializando nesta área.
A medicina-legal é um segmento bastante amplo e que muda muito rápido em função de novas tecnologias, é preciso sempre estar a par desta evolução”, pontua.
Todos os médicos legistas que atuam no IML passam por curso de especialização na Acadepol, onde ingressam, exclusivamente, mediante concurso público.