O empresário Reginaldo Alves dos Santos, 48 anos, procurou a polícia na madrugada desta quarta-feira (27), para registrar um boletim de ocorrência após ter sido retirado do pronto-socorro municipal Aida Vanzo Dolce, em Araçatuba, por guardas municipais.
Ele estava como acompanhante de sua esposa, a dona de casa Lucimary Aparecida Gonçalves, 40 anos, que tem miastenia grave (distúrbio crônico neuromuscular caracterizado pela fraqueza muscular e fadiga rápida) e fora levada ao local com suspeita de dengue hemorrágica.
Santos relatou à polícia que Lucimary ficou acompanhada de uma filha no PS, das 18h às 23h desta terça (26). Na sequência, ele assumiu o posto de acompanhante.
Por volta das 2h desta quarta-feira, o porteiro do pronto-socorro entrou no quarto dizendo que ele não poderia ficar no local. Segundo o empresário, porém, o médico que atendeu sua esposa havia recomendado que ela permanecesse com um acompanhante.
“Apesar de minha esposa não estar em condições de ficar sozinha, eu saí do quarto para não arrumar confusão”, contou. Na recepção do pronto-socorro, porém, ele foi surpreendido por três guardas municipais, que o puxaram pelo braço e o colocaram para fora.
VÍDEO
A ação foi presenciada e filmada por pacientes que aguardavam atendimento no local. Revoltados, eles imploravam aos guardas que soltassem o empresário, mas não foram atendidos. O vídeo teve centenas de compartilhamentos e milhares de visualizações no Facebook.
O empresário disse que uma enfermeira teria acionado a guarda municipal para que o retirasse do local. “Eu não sei o que falaram para eles para quem me tratassem daquela maneira”, afirmou.
CONSTRANGIMENTO
Após o ocorrido, ele ficou aguardando sua esposa no carro. “Passei por um constrangimento muito grande, foi um abuso de autoridade, pois sequer perguntaram meu nome e já foram me empurrando para fora”, disse. “Fui humilhado na frente de todo mundo, fiquei envergonhado e chorei muito”, contou.
TRANSFERÊNCIA
Como o estado de sua esposa era considerado grave, ela acabou sendo transferida para a Santa Casa de Araçatuba. Porém, segundo Santos, ninguém da família foi informado da transferência. “Nós só soubemos que ela havia sido levada par ao hospital depois, pela acompanhante do outro paciente que estava no mesmo quarto que minha esposa”, relatou.
Ainda segundo ele, foi esta mesma acompanhante quem levou sua esposa ao banheiro, pois ela não teve condições de ir sozinha. “Ela estava bastante debilitada, pois já tem problema de saúde e a sua situação se agravou com a dengue”, relatou.
A mulher foi liberada da Santa Casa no início da tarde desta quarta-feira. O empresário, por sua vez, disse que vai processar o município e espera que a conduta dos guardas seja apurada pela Prefeitura.
OUTRO LADO
A assessoria de imprensa da Organização Social Santa Casa de Misericórdia de Birigui informou que a instituição irá se pronunciar sobre o caso, por meio de uma nota, na manhã desta quinta-feira (28).
Já a Prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Segurança está apurando a ocorrência e, se for o caso, será aberta uma sindicância.