Nos 55 anos da Campanha da Fraternidade, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) traz como um dos gestos concretos da Quaresma a reflexão a respeito das políticas públicas nas cidades, Estados e na União. A abertura oficial da CF em nível nacional e nas paróquias da Diocese de Araçatuba ocorreram na Quarta-feira de Cinzas (6) e se estende por todo período de quarenta dias, terminados neste ano em 18 de abril.
A Diocese, no entanto, já reflete o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”, bem como o lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça (Is 1,27)”, desde o ano passado, com a capacitação da equipe responsável por formar os agentes das regiões pastorais ao longo do período.
Neste ano, as quatro regiões passaram por um dia de formação, as quais foram feitas em Araçatuba – em nível diocesano- (26/01); Murutinga do Sul – região de Andradina- (11/02); Birigui (17/02) e Guararapes (22/02).
Segundo o texto-base da CF, entende-se políticas públicas como “soluções específicas para necessidades e problemas da sociedade”. Ainda conforme o texto oficial para estudo sobre o tema, as políticas públicas são as ações do governo e de instituições e diversos setores da sociedade.
O presidente da CNBB, cardeal Sérgio da Rocha, afirmou, em nota, que a CF ocorre na Quaresma ‘porque quer ser sinal e instrumento de vivência’ para o período marcado pela oração, jejum e caridade.
“Mais uma vez, a Igreja não pretende oferecer soluções técnicas para os problemas sociais, nem se deixa guiar por ideologias ou partidos. Cumpre a sua missão profética nas condições concretas da história, oferecendo aquilo que tem de mais precioso: a luz da fé, a Palavra de Deus, os valores do Evangelho”.
CAMINHOS
Para o coordenador da articulação da Campanha da Fraternidade na Diocese de Araçatuba, Ivan Longhini, ao falar de políticas públicas, a Campanha da Fraternidade aborda o direito e a justiça como caminhos para uma sociedade fraterna.
“O objetivo geral nos faz um apelo para a participação nas políticas públicas sob a luz do Evangelho e dentro do que a Igreja pensa, baseada em sua Doutrina Social, levando as pessoas a buscarem a cidadania dentro de um quadro que ainda marginaliza as pessoas”, explica.
Conforme Longhini, dentro dos objetivos específicos, a Campanha da Fraternidade estimula a conhecer as políticas públicas e a sua aplicação, exigindo ética tanto na idealização quanto na concretização dessas ações e despertando na população uma consciência de participação coletiva no dia a dia do poder público.
“Ao propor ações, é preciso assegurar os direitos sociais e a eficácia das políticas, sejam do governo, sejam do Estado, presentes no artigo sexto da Constituição. Precisamos fazer com que as pessoas, especialmente os jovens, se interessem pela política. Infelizmente, estamos deixando de lado a preocupação com a aplicação do dinheiro público, fazendo com que terceiros decidam por nós. O gesto concreto quaresmal da Campanha é justamente este: comprometimento com as causas coletivas, um pleno gesto de caridade”, diz o coordenador.
PRESENTE
Para o bispo diocesano d. Sérgio Krzywy, a Campanha da Fraternidade vem como “um presente” para o atual momento do País. “Nosso País vive momentos à flor da pele, especialmente nas questões sociais. A Campanha da Fraternidade vem como um presente ao nosso encontro. Precisamos dar passos maiores em favor do bem comum. Chegou a hora dos leigos”, diz.