O vereador Arlindo Araújo (PPS) se irritou com a presidente da Câmara, Tieza Lemos Marques (PSDB), durante a votação de seu projeto que proíbe o manuseio, soltura e queima de fogos de artifício em Araçatuba, na sessão desta segunda-feira (18).
Tudo aconteceu porque Tieza interrompeu a fala de Araújo, quando este citou que o vereador Dr. Almir era incoerente. Ao ser advertido pela presidente da Casa, o pepessista disparou:
“A senhora não me interrompe, a senhora está extrapolando o seu direito de presidente da Casa. Não me interrompa, a senhora está extrapolando o seu direito, a senhora não pode entrar na minha fala. Eu sou responsável pelo o que eu falo. Se a senhora entender que eu ofendi alguém, acione o conselho de ética, mas não me interrompa. A senhora está sendo costumeira nesse tipo de coisa e isso me irrita. Eu sou vereador há sete mandatos, nunca teve um presidente atrevido igual à senhora, que cerceia a fala dos vereadores”.
O público presente à sessão aplaudiu o vereador. Tieza tentou argumentar que o comportamento do parlamentar não é previsto no Regimento da Câmara, mas Araújo rebateu:
“Está falando no meu tempo, não existe no Regimento nada que lhe qualifique a fazer isso que a senhora está falando. A senhora está tentando desqualificar a minha fala. Eu estou concentrado e eu preciso, inclusive, dentro do meu raciocínio, ter paz. Se o vereador desqualificou o meu projeto, eu preciso dizer exatamente o que está acontecendo”.
E continuou: “A senhora, infelizmente, como novata na presidência da Casa, e talvez neste afã de tentar organizar o funcionamento da Casa, a senhora está sendo atrevida ao cercear a fala de um vereador. Espero poder retomar o meu tempo e concluir meu raciocínio. Espero, também, me manter calmo, porque diante de absurdos não consigo me manter calmo”, afirmou, ressaltando que a função do vereador é argumentar.
Ao final, Araújo pediu desculpas por seu destempero. “Mas não aceito injustiça”, finalizou.
OUTRO LADO
Questionada, por meio de sua assessoria de imprensa, a vereadora Tieza enviou a seguinte nota ao Regional Press:
“Qualquer vereador deve ser interrompido pela presidência da Casa todas as vezes que se dirigir a colega de forma deselegante, ofensiva e rude. Na última sessão, novamente ocorreram episódios envolvendo tratamentos inadequados entre parlamentares. Ninguém precisa recorrer a grosseria para defender seu ponto de vista. Assim, compete ao presidente, conforme art. 44, II, f, interromper o orador que se desviar da questão em debate ou falar sem o respeito devido à Câmara ou a qualquer de seus membros, advertindo-o à ordem. E ainda, conforme o art. 169: “O uso da palavra do vereador será regulado pelas normas seguintes: IX – nenhum vereador poderá referir-se a seus pares e, de modo geral, a qualquer representante do poder público de forma descortês ou injuriosa.” Portanto, é dever da presidência fazer cumprir as normas do Regimento da Câmara.”