Pacientes que foram ao pronto-socorro Aida Vanzo Dolce, em Araçatuba, nesta quinta-feira (14), reclamaram da demora no atendimento. Nesta noite, cerca de 50 pessoas aguardavam para ser atendidas por um médico.
A dona de casa Nádia Cristina da Silva, 51 anos, estava com pressão alta e chegava a tremer de tão nervosa, enquanto conversava com a reportagem. Ela contou que chegou ao local às 15h e até as 21h15 ainda não tinha sido atendida.
Com pressão alta, ela dizia ter medo de morrer. “Isso é uma falta de respeito com a gente. Tem bebê chorando, tem gente com braço quebrado, com febre, vomitando. Tem muita gente passando mal e nada de ser atendida”, afirmou.
DOIS CLÍNICOS
Entre os pacientes, a informação era de que apenas dois clínicos gerais e um pediatra estavam atendendo. Normalmente, a unidade tem três clínicos de plantão e um pediatra.
“Está todo mundo sem comer, isso é desumano”, queixava-se a dona de casa.
Uma senhora que pediu para não ser identificada disse que estava à espera de atendimento há mais de três horas. Ela contou que chegou ao pronto-socorro às 18h. Passava das 21h e ainda não tinha sido atendida.
Outra que estava chateada com a demora era a promotora de vendas Maira Taísa Nadal, 43 anos, que levou a filha de 15 anos, com febre, ao PS. Ela também foi informada de que apenas dois clínicos atendiam no local nesta noite.
“A gente se sente humilhada numa situação dessas, porque a gente paga imposto. É difícil ainda ver pessoas aqui em condições piores que a minha filha. Tem idoso passando mal, tem bebê chorando. É triste”, disse.
OUTRO LADO
A Organização Social Irmandade Santa Casa de Birigui, responsável pelo serviço de urgência e emergência no município, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o pronto-socorro mantém três clínicos gerais e um pediatra em atendimento.
No entanto, quando chega uma emergência, um clínico vai socorrer, segundo a OS. Enquanto isso, ficam dois clínicos e um pediatra atendendo a população.
Segundo a instituição, a demora no atendimento nesta quinta-feira deve-se a uma demanda de pacientes além do esperado.
“Os médicos fazem um atendimento humanizado, ouvem, examinam e tiram as dúvidas dos pacientes, que só depois seguem para a medicação”, afirmou a assessoria, ao justificar que as consultas não são rápidas.
Sobre a paciente Nádia Cristina da Silva, que informou ter aguardado mais de seis horas por atendimento, a OS disse que iria verificar o que ocorreu.