A Polícia Civil de Belo Horizonte (MG) prendeu nesta quinta-feira (21/2) o médico Fábio Lima Duarte, 36 anos, por estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude.
Durante a operação, na casa de Fábio, foram encontrados 74 videos de mulheres e 31 de crianças e adolescentes. Também havia uma gravação em inglês, ensinando como abordar crianças e adolescentes para práticas sexuais. Além disso, uma mulher o acusa de abuso durante exame de ultrassom ginecológico.
O médico já foi preso em flagrante em 2018 por produzir, compartilhar e armazenar imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescentes. A detenção ocorreu em 31 de outubro, durante a Operação Infância Reavida. Na época, mais de 30 mil arquivos contendo pornografia e imagens de exames de ultrassonografia foram apreendidos com ele.
Fábio guardava imagens de atos sexuais com adolescentes, e também gravava as partes íntimas de suas pacientes durante exames. Todos os arquivos eram mantidos em seu computador, sempre registrando o primeiro nome da vítima, acrescido de adjetivos humilhantes e a idade (no caso de crianças e adolescentes).
A delegada Renata Fagundes, responsável pelas investigações, informou que já foi possível encontrar uma dessas pacientes, pois o homem anotou o nome completo da mulher junto aos vídeos.
“A prisão está diretamente ligada à operação do ano passado. Na época, investigamos pornografia infantil e encontramos uma série de materiais na casa dele. Após a análise feita pela criminalística, vimos mais de 100 vídeos com pacientes durante consultas, imagens de uma prática de tortura contra uma mulher e ele tendo relações sexuais com adolescentes”, detalhou a delegada. “Abrimos um novo inquérito e efetuamos a prisão ontem (quarta)”, disse Renata Fagundes.
Em busca das vítimas
Fábio é clínico geral da Secretaria Estadual de Saúde de Betim, mas o material apreendido era de atendimentos feitos em uma clínica particular da cidade, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele estava em liberdade provisória e chegou a ficar preso entre outubro e dezembro do ano passado.
Além das provas já coletadas anteriormente, a polícia encontrou um novo CPU em sua casa, contendo mais imagens e provas contra o abusador. Esse material também será analisado pela polícia e anexado ao inquérito.
A busca agora é por novas vítimas, já que no caso das pacientes não foi possível identificá-las, mas a polícia espera que elas procurem as autoridades para denunciar o clínico geral, após a divulgação do caso.
A única mulher ouvida pela polícia, segundo a delegada, disse ter chegado ao consultório e percebido que algo estranho estava acontecendo, mas não se deu conta de que havia uma câmera instalada e de que estava sendo filmada.
Tortura
Entre o material apreendido, a polícia também teve acesso a imagens de tortura contra uma mulher. A vítima foi encontrada e ouvida pelos investigadores. “A mulher não tinha conhecimento do que havia acontecido. Era uma prática de tortura e não um ato sexual normal. Ela provavelmente foi dopada”, revela a delegada.