Um grupo suprapartidário se manifestou no início da tarde desta quarta-feira (20), em frente à agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Araçatuba, contra a reforma da Previdência, que chegou nesta tarde ao Congresso Nacional.
Com cartazes e panfletos, os manifestantes abordaram as pessoas que buscavam atendimento na agência.
O economista Carlos Guerreiro, que participou da manifestação, disse que a reforma proposta pelo governo de Jair Bolsonaro fará com que a Previdência Social deixe o seu caráter de solidariedade entre as gerações e passe a ser individualista, nos moldes da Previdência privada.
“Hoje temos um regime de solidariedade, em que os ativos contribuem para dar cobertura àqueles que já contribuíram e estão se aposentando. Nossa contribuição é para que estes tenham um final de vida digno”, afirmou.
Para ele, a reforma vai penalizar a classe trabalhadora. “A incidência dos ajustes deve ser sobre as aposentadorias dos políticos, juízes e militares, não do trabalhador”, defendeu.
Guerreiro citou, ainda, a dívida que bancos e grandes empresas têm com a Previdência.
SEM DÉFICIT
O economista refutou o discurso de que a Previdência é deficitária.
“Não há déficit. O governo faz um desvio contábil retirando recursos da Previdência e da Seguridade Social para quitar dívidas de outros setores, como prevê a Desvinculação das Receitas da União”, argumentou.
Como exemplo, ele citou que, em 2017, foram retirados R$ 113 bilhões para amortização da dívida pública.
Ele explica que a metodologia do cálculo do governo não leva em consideração alguns tributos e também não considera a DRU.
“É por isso que, em 2017, apontam que o rombo da Previdência chegou a R$ 292 bilhões. É uma fraude contábil, uma narrativa para justificar a necessidade dessa reforma”, concluiu.