Então, a viatura da polícia não tinha partida. Várias tentativas e nada! Não havia disponível “um fio de transferência de energia automotiva”.
O policial foi a uma fabriqueta nas imediações à procura de tal fio. Chegando lá, só mulheres. E ele pediu:
– Vocês não têm um fio de transferência de energia automotiva?
Entreolharam-se com um risinho maroto, e uma delas perguntou:
– O senhor quer fazer uma chupeta?
E riram. O soldado explicou:
– Isso mesmo. A viatura não tem partida. Eu queria falar chupeta, mas achei chato.
E todos riram.
Vamos pôr o assunto na mesa, caro leitor?
Chupeta é um objeto com ponta arredondada de borracha que se dá a bebês para chupar. Quer coisa mais inocente! Mas também significa sexo oral praticado na genitália masculina.
Como também é “um recurso provisório para dar a partida no motor de um veículo automotor cuja bateria esteja descarregada e que consiste em ligar esta bateria à de um outro veículo em perfeitas condições”. Chupar energia de outra bateria.
Conclusão: a língua é um ser vivo em constante evolução, conforme a vontade de seus usuários. Os gramáticos e professores de Português são policiais que agem para que o português não se diversifique muito e perca sua condição de código.
*Hélio Consolaro é professor de Português e colunista do Regional Press
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