Ao adentrar o terceiro ano de mandato, qualquer prefeito começa a mudar seu comportamento, e a população percebe a mudança do administrador da cidade.
Os dois primeiros anos, se é prefeito estreante, principalmente advindo do setor privado, apanha muito, é um aprendiz. Vai engrenar a partir do terceiro, pondo em prática as habilidades aprendidas no cargo.
Dilador Borges (PSDB), prefeito de Araçatuba, é o protótipo desse perfil. Além de novato, tem agravantes: cheio de teimosia, não gosta de ouvir assessores. É a conversa que corre dentre o tucanato.
O primeiro presidente da Câmara nos dois primeiros anos foi tirado dentre os aliados eleitorais (Rivael Papinha-PSB). Na escolha do segundo presidente, não quis correr riscos, o novo presidente saiu das fileiras do partido do prefeito (vereadora Tieza-PSDB).
Há quem diga que ela saiu da vereança e assumiu a Secretaria Municipal de Cultura sem entender nada da pasta, por isso saiu chamuscada. Assim voltou para a Câmara de Vereadores para ser a sua presidente, ter muitos assessores e garantir a reeleição de vereadora. A sua candidatura a presidente foi imposta pelo prefeito à sua base no Legislativo.
Há também quem diga que houve uma negociação, pois Tieza é uma pretendente a ser candidata a prefeita de Araçatuba. Assim, com a presidência da Câmara à sua companheira de partido, Dilador limpou a estrada para tentar a reeleição.
A oposição anda dizendo que se Dilador Borges (PSDB) partir para a reeleição perderá o pleito facilmente, pois não tem carisma e perde a paciência facilmente, caindo inclusive em armadilhas montadas pelos adversários. Chegando a tratar cidadãos com grosserias. Até fazem troça: Dilador se candidatou três vezes para não conseguir se reeleger uma vez.
Todas as grandes obras prometidas por Dilador não saíram do papel. Não conseguiu nem trazer o AME cirúrgico para Araçatuba, embora o governador seja de seu partido, perdendo para Penápolis-SP. Cadê a construção da rodoviária, cadê a reforma do Mercado Municipal, como está o Zoológico municipal, não houve melhoria no conforto nos ônibus urbanos. Saldo pobre de realizações.
Não estamos identificando os adversários, mas eles já estão fazendo estragos nas bases eleitorais de Dilador. Seria Cido Saraiva (MDB)? Ou a volta de Cido Sério? Ou então algum nome novo, a exemplo do que aconteceu com a eleição de Jair Bolsonaro?
O lado bom da administração de Dilador Borges (e Edna Flor) é que ele mantém todos os compromissos financeiros da Prefeitura em dia, pagando fornecedores e funcionários. Em tempos crises, isso é um grande feito, mas a população acha que é obrigação, não tem nada de diferente.
Para quem nunca foi prefeito, o discurso de candidato é mais fácil, é só fazer promessas; para quem pretende se reeleger, é um momento de prestar contas, mostrar à população que fez. Ainda há tempo para Dilador apertar os passos, não sabemos se haverá recursos. Sem dinheiro, a mudança precisa ser comportamental.