O controle da dengue representa um grande desafio para profissionais de saúde e para a população em Guararapes (SP). O trabalho de prevenção dos focos de mosquito Aedes aegypti depende do envolvimento de todos e, principalmente, da presença dos agentes de endemias nas rotinas de visitas residenciais.
Ocorre que, os agentes têm encontrado dificuldades para eliminar focos do mosquito devido à resistência da população em não deixá-los realizar a aplicação do inseticida dentro das casas. O bloqueio ocorre em torno das áreas onde há casos positivos de dengue. Somente no mês de janeiro, a Vigilância Sanitária registrou 90 recusas por parte dos moradores.
Devido à grande quantidade, a partir de agora, o morador que se negar será feito um boletim de ocorrência, que se enquadra no artigo 268 que diz: Infringir determinação do poder público, destinada a impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa, pode resultar na aplicação de pena e detenção de um mês a um ano, além da multa.
O apoio da população em permitir a aplicação do inseticida é essencial para conter o avanço da doença. Algumas pessoas não deixam a equipe passar o veneno, algo que irá prejudicar os próprios moradores e aumentar as estatísticas da dengue no município. O veneno só dura 30 minutos, mas mata os mosquitos adultos, que ainda vão botar os ovos.
Guararapes já registra 27 casos confirmados de dengue neste começo de ano. Os dados atualizados são da Vigilância Epidemiológica que mostram ainda que os números mais que dobraram se comparado ao ano passado, levando-se em conta que o mês ainda não terminou. Em 2018 foram 37 casos confirmados durante o ano todo.
A situação é de alerta para esta época do ano, marcada por dias quentes e chuvosos, típicos do nosso verão e propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
No dia 17 de janeiro, a diretora do Departamento Municipal de Saúde, Cristina Galhardo, participou de uma videoconferência, alertando o município para medidas urgentes quanto aos casos de dengue.
Análises Laboratoriais do Instituto Adolfo Lutz confirmaram a circulação, em 19 cidades, do sorotipo 2 da doença, ou seja, pode provocar casos clinicamente mais graves.
Segundo Secretaria do Estado de São Paulo, na região, foi confirmado a circulação desse tipo da doença nas cidades de Andradina e Pereira Barreto.