Agentes penitenciários voltaram a encontrar uma carta com referências ao assassinato do promotor de Justiça Lincoln Gakyia, que investiga a facção criminosa PCC, e ao coordenador dos presídios da região oeste do estado de São Paulo, Roberto Medina.
Também são citados os nomes de Luiz Fernando Negrão Bizzoto, diretor-geral da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, que abriga os chefes da facção, e de Maurício Moreira Souza, diretor de Segurança e Disciplina da Penitenciária 1 de Presidente Venceslau – a cerca de 230 km de Araçatuba, conforme informa reportagem do G1 São Paulo e TV Globo.
O manuscrito foi apreendido na segunda-feira (21) na Penitenciária de Junqueirópolis – a 140 km de Araçatuba -, e estava pronto para ser criptografado.
Investigadores identificaram os responsáveis pelas ordens. São os presos Bruno Henrique Pessoa dos Santos, conhecido como Capoeira, e Carlos Alberto Damásio, o Fumaça, apontado como pela Inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária como “sintonia geral do sistema”, o responsável por transmitir informações da cúpula da facção para toda a massa carcerária.
No trecho sobre o promotor, a carta diz: “o promotor japonês continua a mesma fita. Ele tá dando uma sorte danada, fiquei sabendo que vocês quase pegaram ele no trânsito, mas é isso mesmo meus parceiros, só tenho a agradecer a atenção que vocês estão dando, arriscando a vida de vocês pela nossa luta é nossa causa”.
Em outro trecho, os criminosos explicam como deve ser o planejamento para atacar o coordenador de presídios Roberto Medina e o diretor Luiz Bizzoto.”Eu entendi tudo sobre o mapa, mas voces têm que montar por ordem: placam cor do carro, horários, rua, número da casa. É a mesma fita, monta o maoa e manda pros responsável (sic)”.
Sobre o diretor Maurício Souza, a carta diz: “já tá tudo no pente, é só executar. Esse cara tá tirando, tá duvidando das nossas forças, pode pá matando ele. Os outros não vão pagar pra ver”.
A carta apreendida agora vai ser anexada ao inquérito que apura os autores das ameaças feitas ao promotor Lincoln Gakyia e ao coordenador de presídios Roberto Medina, em dezembro do ano passado.
O Ministério Público Estadual deve pedir nos próximos dias que os dois presos sejam internados no RDD, o Regime Disciplinar Diferenciado, em Presidente Bernardes. Promotores também avaliam pedir a remoção dos dois para um presídio federal.