O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação
Paulista dos Supermercados (APAS) e pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (FIPE), quebrou a sequência de altas e registrou queda. Em
novembro, a deflação foi de 0,64% no comparativo com outubro. Com este
resultado, o acumulado do ano agora apresenta inflação de 3,78%.
“Os produtos dependentes do dólar caíram com a moeda americana ficando
abaixo de R$ 4,00 entre boa parte de outubro e quase todo mês novembro. Por
conta desta deflação, a projeção da APAS de aumento entre 3% a 4% no Índice
de Preços dos Supermercados (IPS) tem chance de se concretizar, com preços
mais comportados em dezembro”, explicou o economista da APAS, Thiago Berka.
Apesar da deflação, Berka crê que o consumidor pode não perceber essa queda
por conta dos hortifrútis. “Essa categoria de produto (hortifrútis) voltou
registrar aumento nos preços e, por ter um peso maior na mesa do
brasileiro, causará percepção de que os preços não caíram tanto para o
consumidor.”
Índice de Preços dos Supermercados (IPS/APAS)
Fonte: APAS/FIPE
Em novembro, das 28 categorias analisadas nove tiveram aumentos no preço.
No mês anterior, os aumentos foram registrados em mais que o dobro das
categorias, 20 ao todo, e isso demonstra a queda da difusão dos preços em
diversas categorias.
Fonte: APAS/FIPE
Destaques de novembro
O dólar continua sendo um agente que guia os preços dos produtos de higiene
e beleza e limpeza. A queda da moeda americana para valores menores que R$
4,00 trouxe um rápido alívio nos preços, com diminuições de 0,64% e 0,70%.
Outro item que ficou com uma leve deflação foram os Panificados e Massas,
categoria esta em que entram os Panetones, destaque nas festas de fim de
ano nas residências brasileiras. Dependentes do trigo dolarizado, essa
categoria fechou o mês com redução de 0,08%.
O leite, um dos itens que mais sentiram a greve dos caminhoneiros,
tradicionalmente cai no segundo semestre e neste mês de novembro seguiu a
tendência e apresentou uma forte redução de 12,5%, o que ajudou bastante o
índice geral a se manter em deflação. O acumulado que chegou a alta de
quase 50% em julho caiu drasticamente desde então e está em inflação de 13%
no ano.
O resultado do preço do leite influencia diretamente os seus derivados, que
caíram 0,97% em novembro. Outra categoria que também foi impactada pela
deflação do leite foram os doces, que teve queda de 2,65%.
Já os hortifrútis foram os grandes vilões do IPS em novembro. As frutas
subiram 1,63%, os legumes 5,65%, verduras 5,19% e os tubérculos dispararam
21%. Dentre os produtos mais relevantes dessas categorias, a laranja subiu
4,3%, o tomate subiu 19%, a batata 20% e a cebola 54%, alface 3,18% e couve
9,66%.
“Em relação aos tomates, em São Paulo, as chuvas de outubro ainda
influenciam para o resultado. Além disso, fatores produtivos como o plantio
menor, uma vez que ano passado os prejuízos foram altos no setor, e pragas,
fizeram muitos produtores diminuírem a safra. Para dezembro há chances de
queda importante nesta cultura com a intensificação da segunda parte da
safra. No caso da batata houve um atraso na colheita por causa da chuva.
Primeiro tivemos escassez de chuva e depois ela caiu em excesso e com muita
intensidade, o que causou problemas nas colheitas de Ponta Grossa e São
Mateus do Sul”, explicou Thiago Berka..
A cebola foi a recordista no aumento de preços em novembro. Ela tem suas
principais produções no sul do País, principalmente Santa Catarina, e a
grande estiagem na região foi o problema que elevou os preços de produção
devido necessidade de uso de irrigação encareceram o produto no varejo.
No caso das bebidas, as boas notícias ao consumidor ficaram com os preços
das bebidas alcoólicas, que caíram 0,37%, com a cerveja reduzindo 0,36%,
mesmo com o clima de novembro sendo mais frio e chuvoso que o comum. Já as
bebidas não alcoólicas apresentaram inflação de apenas 0,29% devido o
refrigerante subir 0,88%.
Nota Metodológica
O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as
variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo
do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens
pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas,
Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados
(Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em
Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas,
Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos
prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos,
Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v)
Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se
apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de
decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que
diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de
decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos
supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da
variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da
evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.
Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor
supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de
abastecimento. A entidade tem 1.508 associados, que somam 3.363 lojas.
Sobre a APAS Regional Araçatuba: Em 2017, a região de Araçatuba foi
responsável por 1,3% do faturamento do setor supermercadista no estado, o
que equivale a aproximadamente R$ 1,5 bilhão. Aqui, o setor emprega,
aproximadamente, 7 mil colaboradores. Só na cidade de Araçatuba o setor de
supermercados faturou no ano passado R$ 453 milhões, o que equivale a cerca
de 31% da região e 0,4% do faturamento de todo o estado de São Paulo.