O governador eleito em São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (10) novos integrantes de sua futura equipe. Foram oficializados os nomes do coronel Nivaldo Restivo, ex-comandante da Polícia Militar paulista para assumir a Secretaria da Administração Penitenciária; e do presidente municipal do PRB, Aildo Rodrigues, como novo secretário de Esportes. As informações são do site Último Segundo.
Agora encubido da missão de reduzir a superlotação do sistema prisional paulista, que abriga atualmente 213 mil homens e 12 mil mulheres, o coronel Nivaldo Restivo disse que buscará alcançar esse objetivo por meio de parcerias. O novo secretário de Doria prometeu ainda acabar com “regalias” nas prisões.
“Um dos pontos vai ser a ampliação e melhora do sistema prisional, buscando parcerias, buscando minimizar a deficiência de vagas, reduzindo a população carcerária e oferecendo direitos, não regalias”, explicou.
Questionado sobre sua opinião quanto à transferência de líderes da organização criminosa PCC para presídios federais – dentre eles o número um da facção, o Marcola –, o novo secretário explicou que são necessários estudos mais aprofundados sobre a situação. “Vamos fazer o diagnóstico de tudo. Vamos buscar informações para verificar aquilo que é possível e aquilo que é necessário fazer”, limitou-se a dizer.
A atenção das autoridades paulistas ao chamado Primeiro Comando da Capital voltou a crescer nos últimos meses. Nesse domingo (9), foi apreendida uma carta dentro da penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, revelando planos para o assassinato de autoridades (veja abaixo)
A carta foi encontrada por policiais em vistorias de rotina e estavam sob posses de Maria Elaine de Oliveira e Alessandra Cristina Vieira, esposas de presos em Presidente Venceslau e registradas na lista de visitantes da penitenciária. O documento foi achado dentro da bolsa de Maria Elaine.
De acordo com a inteligência da Polícia Civil, no documento os bandidos diziam que os “próximos alvos” seriam o “frango” e o “japonês”, codinomes de Roberto Medina, coordenador de presídios na região oeste de São Paulo, e Lincoln Gakiya, promotor responsável por investigar a atuação da facção criminosa dentro de penitenciárias. Ambos tiveram a segurança reforçada.
Em nota, a Procuradoria-Geral de Justiça manifestou apoio ao promotor Gakiya. “Habituados a um mundo em que imperam a violência e a intimidação, esses criminosos desconhecem que tal comportamento não afastará o valoroso promotor e a nossa instituição de uma atuação pautada por um único objetivo: o cumprimento da lei. Lei que, aliás, pode e deve ser mais dura contra aqueles que lideram organizações criminosas. O povo paulista pode estar certo de que, em defesa da sociedade, o Ministério Público de São Paulo continuará trabalhando de forma destemida”, diz o texto.