Na próxima terça (11) e quarta-feira (12), presos paulistas realizarão as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade, mais conhecido como “Enem PPL”.
Ao todo, 155 presídios de todo o Estado fazem parte da iniciativa voltada para reeducandos que concluíram o Ensino Médio, de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária.
As provas serão aplicadas a partir das 13h30. No primeiro dia, os estudantes entram mais cedo para preencher um questionário socioeconômico. Em seguida, ocorrerão as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Ciências Humanas e suas Tecnologias.
A duração total será de cinco horas e trinta minutos, contadas a partir da autorização do aplicador para o início das provas. No segundo dia, será a vez das provas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. A aplicação terá cinco horas de duração.
Vale destacar que, assim como a prova do Enem, que ocorreu no mês passado, a modalidade também é realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), sendo exigido o mesmo conteúdo do exame feito para as pessoas que estão em liberdade.
A diferença é o local da aplicação da prova, realizada nas unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelos órgãos de administração prisional de cada unidade federativa. Neste ano, 13.870 detentos paulistas fizeram inscrição para o exame, um aumento superior a 26% em relação a 2017.
Oportunidade
É importante frisar que, para a preparação, a maioria das unidades prisionais conta com grupos de estudo coordenados por monitores da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap), além de docentes das escolas vinculadas. Desde 2013, o ensino nos presídios é oferecido por professores da rede pública, por meio da parceria com a Secretaria de Estado da Educação.
Em todo o território paulista, mais de 33 mil presos estudam entre o ensino formal e não formal (que ocorre por meio de cursos profissionalizantes, extracurriculares e atividades complementares).
“O crescente interesse pelo Enem demonstrado pelos presos é reflexo das políticas de educação implantadas nas unidades e o empenho dos profissionais que atuam na área”, salienta Lourival Gomes, secretário de Estado da Administração Penitenciária.
“Desde que a Secretaria Estadual de Educação assumiu as salas de aula vinculando-as a escolas públicas, os professores passaram a lecionar nos presídios, aplicando o modelo convencional de ensino, tornando o universo dos alunos mais integrado à metodologia de cobrança do exame”, acrescenta.