A suspeita de ter realizado preenchimento nos glúteos e nos lábios da microempresária Fernanda do Carmo de Assis, de 29 anos, que morreu no último dia 4, nove dias depois de fazer o procedimento, injetava silicone industrial nas clientes, ao invés de metacril, e cobrava R$ 3,5 mil, segundo ex-cliente.
Ainda de acordo com ela, Danielle Cândido Cardoso, conhecida como Dani Bumbum ou Dani Sereia, não atuava sozinha.
A informação foi fornecida por uma das vítimas, que não quis se identificar. A dona de casa, de 39 anos, injetou um litro e meio do produto nos glúteos em 2016.
Outra vítima também confirmou em depoimento que Dani Bumbum atuava com uma auxiliar. Nos dois casos, o procedimento foi feito nas casas das clientes.
“A Danielle foi duas vezes na minha casa, fazer o procedimento. Primeiro, coloquei um litro e, após uma semana, mais meio litro. Numa dessas vezes, uma menina ajudou a Dani. Ela pegava as seringas e puxava o líquido. Passava em seguida para Danielle, que injetava o produto. Em nenhum momento ela falou que era silicone industrial. Dizia que era metacril. Se ela tivesse falado a verdade não faria. Não ia colocar no meu corpo um produto usado no pneu de um carro. A gente fica revoltada. Estou com sequelas. Além da dor, não consigo ficar muito tempo em pé. Espero que ela pague na Justiça pelo que fez. Eu ainda estou viva, mas a Fernanda morreu”, contou a dona de casa.
Após a prisão temporária de Danielle Cândido Cardoso ter sido decretada pela Justiça, ela se apresentou à 31ª DP, na terça-feira (16), acompanhada de um advogado. Pouco depois, Dani Bumbum passou mal e foi encaminhada para a UPA de Ricardo de Albuquerque.
Já nessa quarta-feira (17), ela foi transferida para a Cadeia Pública José Frederico Marques, na Zona Norte do Rio. Nos próximos dias, ela deve ser transferida para outra unidade prisional.
Danielle vai responder por homicídio, por conta da morte de Fernanda, e exercício ilegal da medicina. Se condenada, ela pode pegar até 30 anos de prisão.