A cada 40 segundos uma pessoa se suicida em algum lugar do mundo. São quase 800 mil vidas perdidas todos os anos. No Brasil, aproximadamente 30 pessoas tiram a própria vida diariamente.
Boletim de 2017 do Ministério da Saúde, baseado em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), revela uma média de 11 mil suicídios por ano no País – 5,5 mortes para cada 100 mil habitantes.
Segundo a OMS, 90% dos casos poderiam ser evitados. O organismo internacional reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública e, portanto, incentiva e apoia os países a desenvolverem ou reforçarem estratégias de prevenção do problema.
No Brasil, a campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio “Setembro Amarelo” é realizada em todo o País com o objetivo de alertar a população sobre o problema, por meio de ações preventivas e identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela.
O mês foi escolhido em razão do “Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio”, comemorado em 10 de setembro. A campanha, que acontece desde 2014, é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Neste ano, várias cidades já aderiram à iniciativa, como a paulista Adamantina, por meio da Clínica PAI Nosso Lar, que atende gratuitamente doentes mentais e dependentes químicos de 34 municípios da região pelo Sistema Único de Saúde – SUS.
A ação é realizada em parceria com entidades locais e órgãos públicos, dentre os quais a Prefeitura, o Ministério Público e o Poder Judiciário.
A juíza Ruth Duarte Menegatti, da 3ª Vara Judicial e diretora do fórum de Adamantina, tem promovido diversas ações sociais com o objetivo de angariar fundos para a clínica, impedindo seu fechamento, além de divulgar o trabalho da instituição. O “Setembro Amarelo” é mais uma das ações que o Judiciário local apoia ativamente.
Segundo Ruth Menegatti, o engajamento do TJSP e das entidades parceiras tem como objetivo buscar a redução do índice de suicídios na região.
“Ciente do dever da Magistratura, na busca incessante da paz e harmonia social, tomei a iniciativa de promover, com a participação principal da Clínica PAI Nosso Lar, a campanha anual de prevenção ao suicídio voltada a todos, mas, principalmente ao público jovem que se vê, em maior grau, à mercê de reprovável conduta”, afirma a juíza.
De fato, o Ministério da Saúde alerta que as ocorrências vêm crescendo gradativamente, o que tem atraído a atenção de representantes do poder público para o problema. Nos últimos cinco anos, a incidência entre jovens de 12 a 25 anos apresentou um salto de quase 40%.
Jogos e aplicativos que incentivam a prática são cada vez mais comuns e a morte de crianças e adolescentes decorrentes do mau uso dessa tecnologia têm potencializado debates sobre o tema.
A depressão está relacionada a 30% dos casos de morte por suicídio, de acordo com a OMS. Distúrbios mentais, transtornos de personalidade, isolamento, ingestão de álcool e drogas também podem levar a esse tipo de óbito, bem como situações de estresse profundo (crises financeiras e de relacionamento, doenças e morte de familiares).
Pessoas nessas condições pedem ajuda das mais variadas formas e, por isso, é preciso ter empatia e estar sempre alerta.
A campanha conta com programação para todo o mês de setembro, com palestras, exposições, gincana e concurso literário, dentre outras atividades. Além de alertar a população a respeito do suicídio e de divulgar suas formas de prevenção, o “Setembro Amarelo” em Adamantina estimula o engajamento criativo da comunidade.
“A criatividade é a esperança em movimento”, apregoa o lema da campanha.