POR: JEAN OLIVEIRA
A hidrovia Tietê-Paraná é um caso à parte. Os investimentos já estão sendo feitos nos seus maiores gargalos, como o aprofundamento do leito do rio à jusante da barragem Nova Avanhandava, em Buritama. A navegação no local chegou a ser suspensa de 2014 a 2016, quando a prioridade das hidrelétricas da região era a geração de energia elétrica.
Na tentativa de solucionar a questão, o DH (Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo) solicitou o aumento da vazão dos reservatórios de montante, mas a medida foi negada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), órgão federal responsável pelo setor energético. Enquanto a Copa do Mundo tocava o país e demandava mais força para empresas e televisores, o transporte parava.
A medida foi um duro golpe para a credibilidade do transporte fluvial. Como as barcaças carregadas com soja, milho, celulose, madeira, cana-de-açúcar e areia não conseguiam passar o trecho mais atingido pela estiagem, o prejuízo causado pela paralisação da navegação foi estimado em mais de R$ 200 milhões. Empresários paulistas, sul-mato-grossenses e goianos ouvidos pela reportagem disseram que precisam ser convencidos a voltar a investir neste modal.
Hoje, passam pela hidrovia Tietê-Paraná aproximadamente 3 milhões de toneladas de soja, milho e farelo de soja em direção aos portos de Santos e Paranaguá. A revisão do leito do rio vai garantir navegabilidade mesmo em tempos de menor vazão de água. Com este atrativo e outros investimentos, o objetivo do DH é triplicar o volume e o tipo de produtos transportados.