É julgado nesta quarta-feira (22), em Três Lagoas, a 146 quilômetros de Araçatuba, um rapaz de 21 anos réu confesso da execução de Valdeir Ferreira Viega, suspeito de estupros no condomínio onde ele e acusados moravam.
De acordo com informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), a vítima foi encontrada morta no dia 5 de abril de 2015 em um lago do bairro Jupiá. O corpo tinha 15 perfurações de faca espalhadas pelo tórax, face e pescoço, além das mãos amarradas para trás, sobrancelhas raspadas e unhas pintadas, em sinais claros de tortura.
Valdecir, que era deficiente mental, foi morto no dia 2 de abril após passar pelo ‘tribunal do crime’. Tudo foi organizado por uma mulher. Ela mesma entrou no apartamento dele e junto com mais duas pessoas o sequestraram.
O boliviano foi levado para o apartamento de um casal, no mesmo condomínio onde morava, lá, os moradores, os sequestradores e mais três pessoas o torturaram por cerca de três horas.
Segundo as informações do Poder Judiciário, o objetivo do grupo era que a vítima confessasse as suspeitas de estupros de crianças no condomínio. Ele confessou e foi levado para perto do lago. O réu em julgamento nesta quarta-feira o esfaqueou.
Essas acusações de abuso sexual contra Valdecir até então não foram comprovadas pela polícia.
Durante a tortura, o réu em julgamento nesta quarta-feira ficava ao telefone com integrantes de facção criminosa.
O acusado responde pelo crime de tortura, agravado por ter sido realizado mediante sequestro; corrupção de menor; organização criminosa envolvendo menor; e homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, pelo recurso que dificultou a defesa da vítima e pelo meio cruel empregado, com a agravante de ter sido cometido contra pessoa com deficiência.
Os demais réus, com exceção de um que morreu dois meses depois, foram pronunciados nos crimes de tortura e de corrupção de menor.
Devido a grande quantidade de acusados, à complexidade do crime, e às acusações diferentes que pesam sob eles, foi desmembrado o julgamento em duas sessões diferentes.
Nesta quarta-feira somente o executor é julgado. Os outros réus irão a júri popular no dia 3 de setembro.