Moradores próximos a avenida Kameo Ussui, principal via de acesso a um novo empreendimento turístico em Araçatuba, estão tendo sérios problemas devido ao pó de pedra jogado em grande quantidade para esconder o trecho de terra, de pouco mais de 100 metros de avenida. Eles procuraram a reportagem do Regional Press para denunciar o caso, que está gerando até problemas de saúde.
A avenida Kameo Ussui fica no bairro Pinheiros é o principal acesso a um parque aquático inaugurado este ano na cidade. Muitos visitantes, para não passar pela poeira, acabam desviando pelas ruas de terra do bairro, que é muito antigo e apesar de ter um empreendimento turístico, ainda continua esquecido pelo poder público.
No início do ano o trecho de terra da avenida recebeu uma pintura com piche e em seguida foi despejada uma grande quantidade de brita, e junto, muito pó de pedra. Com o grande fluxo de veículos, a poeira sobe e fica pairando no ar, sendo deslocada lentamente e invadindo as residências próximas.
Mesmo com portas e janelas fechadas, moradores dizem que a poeira entra pelos pequenos vão e impregna nas plantas e nos móveis, além de provocar alergias, que resultam em congestões nasais, tosse seca e até gripes.
A moradora Maria Belarmino dos Santos disse que era muito melhor quando estava na terra, porque a poeira era mais pesada e não entrava tanto nas casas. Ela disse que seu marido está com problemas e sintomas de gripe que nunca desaparecem, e agora começaram surgir outras inflamações, até no ouvido. Os filhos também ficam com tosse constante.
Lucinei Nogueira da Silva trabalha em uma entidade de proteção aos animais que abriga cães e gatos, e fica instalada na avenida Kameo Ussui. Ela disse que após a via receber o pó de pedra, o consumo de água dobrou, porque é preciso lavar diariamente todas as dependências do local, sendo que antes, em alguns cômodos apenas um pano úmido resolvia.
“Eu tenho bronquite e meu problema piorou por causa dessa poeira. Até os gatos sofreram com isso. Aqui tem cinquenta gatos e todos precisaram tomar uma vacina por causa de tosse, e cada vacina custou R$ 44”, explicou.
Eva Fonseca lamenta que depois que jogaram o pó de pedra na avenida ela não recebeu mais a visita dos netos, que passaram a voltar com tosse toda vez que iam até sua casa. “Eu e meu marido tínhamos o costume de ficar no final de tarde sentados em frente de casa, agora a gente precisa ficar dentro, com tudo fechado, e mesmo assim entra muita poeira dentro de casa. Está muito difícil”.
Uma outra moradora que preferiu não se identificar disse que quando a avenida era de terra o problema era menor. De acordo com ela, a poeira fina entra pela casa, mesmo fechada, e impregna nos móveis e nas cortinas.
Seu filho, que acabou de completar cinco anos, já foi parar três vezes no pronto-socorro por causa da poeira, e em uma das ocasiões ficou internado no Hospital da Unimed. Ela mostra a quantidade de remédios que já teve de dar ao filho este ano, e a causa mais provável, é o problema respiratório causado pela poeira.
O secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Constantino Alexandre Vourlis, disse à reportagem do Regional Press que, apesar do pó não ter sido jogado pela prefeitura, vai encaminhar uma equipe ainda esta semana para remover o pó de pedra, e disse que mesmo assim, não garantiria o fim da poeira.
Moradores ouvidos pela reportagem clamam pela retirado do pó de pedra, e afirmam que se for feita a remoção da forma correta, não haverá mais poeira para levantar por causa do movimento de veículos.