A índia Kutsamin Kamayura, de 57 anos, se tornou ré no processo após Justiça de Mato Grosso acatar a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra ela. De acordo com o órgão, a indígena teria planejado a morte a bisneta, e enterrado a recém-nascida viva, logo após o parto, no dia 5 de junho, em Canarana, a 838 km de Cuiabá.
Kutsamin foi presa no dia 6 de junho, e as investigações apontam que o crime foi premeditado, uma vez que, tanto ela, quando a filha dela, a avó da criança, não queriam que a mãe do bebê, uma adolescente de 15 anos, fosse mãe solteira.
A indígena está presa em uma unidade da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Gaúcha do Norte, a 595 km da capital. Ela foi transferida depois que a Justiça acatou um pedido de prisão especial feito pela defesa dela, na segunda-feira (12).
Na denúncia, o MPE pontuou que, após auxiliar no parto da neta, de 15 anos, a bisavó cortou o cordão umbilical, enrolou a vítima em um pano e a enterrou no quintal, numa cova de aproximadamente 50 centímetros.
A recém-nascida foi resgatada por policiais militares e civis por meio uma denúncia anônima. A bebê ficou enterrada por cerca de 6 horas.
Ao ser socorrida, ela foi encaminhada para o hospital municipal de Canarana e transferida para o Hospital Regional de Água Boa, na mesma noite.
No dia 6 de junho, a recém-nascida levada para a Santa Casa de Misericórdia em Cuiabá, onde permanece internada na UTI.
O juiz, Darwin de Souza Pontes, da 1ª Vara Criminal e Cível de Canarana, também concedeu prisão especial a Tapoalu Kamayura, de 33 anos e ela deve ser transferida para uma unidade da Funai.
A prisão preventiva dela foi decretada no dia 8 de junho, após testemunhas relatarem que avó também não desejava o nascimento da criança e, inclusive, teria ministrados chás abortivos para a filha, a adolescente mãe do bebê.
A Polícia Civil continua investigando o caso.
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