A Polícia Civil deflagrou no início da manhã desta quinta-feira a Operação Homem de Ferro, que tem como objetivo prender criminosos especializados em roubo a empresa de transporte de valores. De acordo com o delegado Antônio Paulo Natal, titular da DIG, a investigação começou há nove meses após o mega-assalto ocorrido na Protege, em Araçatuba, em outubro do ano passado.
Um homem de 36 anos, identificado como André Luís Pereira da França, acusado de matar o policial civil André Ferro durante a ação, foi preso em Rio Claro.
Balanço parcial da polícia, divulgado no início da tarde, mostrava que 16 pessoas haviam sido detidas por meio de mandados de prisão, além de outras seis em flagrante.
Um homem foi preso em flagrante durante a operação, por porte de entorpecente, e dois mandados de prisão foram cumpridos em Birigui.
Os policiais também apreenderam cocaína, crack, maconha e lança perfume, além de quatro revólveres, uma pistola, uma espingarda e 60 cápsulas de calibre 44.
Foram apreendidos até o início da tarde R$ 45,9 mil em dinheiro, além de grande quantidade de carga roubada.
As investigações iniciaram-se logo após o roubo à Empresa Protege de Araçatuba, ocorrido no início da madrugada do dia 16 de outubro de 2017, quando, criminosos na posse de arsenal de Guerra, explodiram o prédio da empresa de valores, subtraindo R$ 10 milhões e, simultaneamente, mataram um Policial Civil e atacaram com disparos de arma de fogo o Comando da Polícia Militar de Araçatuba (CPI-10).
Planejamento
Durante as investigações foi possível apurar como a Organização Criminosa, através de células compartimentadas, planejou e executou o roubo em Araçatuba.
As atuações de campo ocorrem de forma simultânea em todo o Estado de São Paulo (Capital, Grande São Paulo, Região de Campinas, Piracicaba, Rio Claro, Presidente Prudente e Araçatuba); além de outros Estados da Federação (Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí e Minas Gerais) e Penitenciárias.
Ao todo foram cumpridos 24 mandados de Prisões Temporárias e 147 Mandados de Busca e Apreensão e no momento participam da megaoperação em torno de 600 Policiais Civis; 150 viaturas, além do helicóptero Pelicano da Polícia Civil.
EDGARZINHO
Durante o trabalho de investigação, a Polícia Civil descobriu que o bando tinha ramificações e dividia os trabalhos, sendo que muitos integrantes que participaram da ação criminosa em Araçatuba não se conheciam.
O bando é composto por pessoas divididas em setores que atuam de forma independente, como os especialistas na aquisição dos carros blindados, que vieram só para trazer os veículos, os especialistas em explosivos, que agiram detonando as dinamites, além de pessoas responsáveis por obter informações privilegiadas e até mesmo o setor responsável por planejar a rota de fuga, sendo que um destes foi preso em Birigui.
Edgarzinho, que teve participação no primeiro roubo contra a protege em Araçatuba, em 1997, teria sido responsável por fazer os contatos e recepcionar parte do bando. Ele foi preso por tráfico dias antes do mega-assalto e durante as investigações a Polícia descobriu que o filho dele fez contato com os líderes da quadrilha na tentativa de receber a parte que teria dinheiro deste assalto.
De acordo com o delegado Antônio Paulo Natal, da DIG de Araçatuba, o bando gastou pelo menos R$ 1 milhão para realizar este assalto, contabilizando as viagens, aquisição dos carros blindados, armamentos e logística.
Assista a entrevista do delegado Paulo Natal: