A Promotoria de Justiça de Andradina obteve, nesta semana, a condenação de Everton Ferreira Alencar. Ele foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. O réu terá de cumprir pena de 16 anos de reclusão, em regime inicial fechado, pelo homicídio qualificado da ex-companheira por motivo torpe e envolvendo violência doméstica e familiar.
No dia 8 de setembro de 2015, durante a madrugada, na residência do casal, bairro Leão I, cidade de Castilho, ele matou a esposa com um golpe de faca causando a morte dela. O casal vivia em união estável há cerca de três anos, porém o relacionamento era conturbado em razão do comportamento agressivo dele.
Nessa noite, após retornar de um bar, ele surpreendeu a mulher, que estava deitada em um colchão. Ele estava acompanhado de um primo dela que tentou evitar que o réu agredisse a vítima. Mas ele continuou a agredi-la, puxando-a pelos cabelos e a jogando ao solo.
Tanto Alencar quanto a vítima foram para fora da residência, momento em que ele desferiu uma voadora contra a ex-mulher e ainda tentou agredir o primo dela. Na presença de populares ele saiu do local dizendo que voltaria para matá-la. Pouco tempo depois ele voltou e, pelos fundos da residência, surpreendeu a vítima agredindo-a com uma faca e fugiu em seguida. Em razão dos ferimentos ela faleceu no interior da casa. Ele foi denunciado no dia 27 de outubro de 2015.
De acordo com a promotora de Justiça Rita de Cassia Sakai, no plenário houve sustentação por parte do MPSP da importância de combater o feminicídio.
“Não só do caso concreto, eis que provado que o réu havia matado a companheira, motivado pelo sentimento de posse e de vingança, mas também porque o Brasil é o 5º país com maior taxa de feminicídio no mundo, o que levou a Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, Secretaria de Política para as Mulheres e Secretaria Nacional de Segurança Pública a elaborar diretrizes nacionais para investigar, processar e julgar com perspectivas de gênero as mortes violentas de mulheres, com o auxílio de promotoras de Justiça, magistradas, defensoras públicas, delegadas de Polícia, peritas, analistas e assessoras, entre outras mulheres. No ano de 2017, no país, foram registrados 946 feminicídios,” ressalta a promotora.