O sindicalista Jeferson Lima de Menezes, de 39 anos, que foi baleado em um ataque ao acampamento pró-Lula, em Curitiba, na madrugada do dia 28 de abril, disse em depoimento à Polícia Civil nesta quinta-feira (3) que não conseguiu reconhecer o atirador.
No depoimento, ele afirmou que um homem atirou em direção ao acampamento após jogar no chão o que parecia um cigarro, tendo recuado para recarregar a arma e atirar novamente.
Menezes contou à polícia que não é capaz de dar muitas características do atirador porque estava escuro no momento e a cerca de 50 metros de distância dele.
Ele, porém, disse que era uma pessoa de pele branca, usava touca ou boné e vestia uma blusa de moletom.
O baleado informou que antes do ataque ele estava dentro de uma das barracas do acampamento quando ouviu um alvoroço e decidiu ir averiguar.
Menezes afirmou ter sido informado por outras pessoas do acampamento que um homem havia passado de carro e ofendido o grupo.
Logo depois de voltar à barraca, ele disse que ouviu nova confusão. O homem, segundo ele, retornou de carro e hostilizou as pessoas do acampamento com xingamentos.
A vítima relatou que chamou os colegas para ficarem do lado de dentro do acampamento, que fica a 1,5 km da sede da Polícia Federal (PF), quando um homem começou a atirar em direção ao grupo.
Menezes também disse que ao ser atingido no pescoço caiu com a cabeça no meio-fio. Nesse momento, segundo ele, pessoas do acampamento começaram a soltar rojões na tentativa de espantar o atirador.
Ele chegou a ficar internado na UTI e recebeu alta na terça-feira (1º).
O baleado, que é presidente do Sindicato dos Motoboys do ABC Paulista, afirmou ainda que não tinha ocorrido nenhum problema com ele desde que chegou à Curitiba, no dia da prisão do ex-presidente, em 7 de abril. Ele trabalhava na segurança do local.
Ainda no depoimento, ele informou que já respondeu por homicídio e posse ilegal de arma, dos quais disse ter sido absolvido, e lesão corporal, crime pelo qual foi condenado a pagar multa.
Menezes chegou à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa por volta das 10h30 acompnhado do advogado e saiu do local às 13h40, sem falar com a imprensa. De acordo com a polícia, ele falou com dificuldade no depoimento, devido ao ferimento no pescoço.
Após o depoimento, segundo a polícia, ele se dirigiu ao Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito, que deve analisar o ferimento.