Uma menina de apenas 4 anos foi encontrada por um casal perambulando, sozinha, pela rua das Margaridas quase no cruzamento com a marginal da rodovia Marechal Rondon, ao lado de um motel, em Araçatuba, na manhã desta quinta-feira. O Conselho Tutelar apurou que esta seria a terceira vez que a menina havia escapado. O caso foi parar na delegacia e temporariamente a criança não poderá ficar com a mãe.
A soldado PM Leal e o cabo PM Adelman foram atender a ocorrência de encontro de criança no Jardim do Trevo. Chegando no local ele encontraram um casal que havia ligado para a central da Polícia, que estava com a menina, a qual não soube dizer de onde ela havia saído. A criança informava apenas que estava a procura da mãe.
Os policiais colocaram a menina na viatura e passaram a fazer patrulhamento pelo conjunto habitacional Beatriz, que fica próximo ao local. A soldado disse que eles passaram de rua em rua até que a menina, apesar da pouca idade e bem comunicativa, reconheceu a frente de uma casa por causa de um sofá vermelho, e indicou que era alí que ela estava.
Na residência, uma tia da menina, que não havia percebido seu sumiço, disse que a mãe da menina, uma diarista de 21 anos, estava trabalhando em um condomínio de alto padrão em Araçatuba. Com naturalidade, ela disse aos policiais que isso já havia acontecido outras vezes, e que vizinhos trouxeram a menina. Os policiais foram até o local com a criança, onde o porteiro informou que há dois dias a mãe da criança não aparecia no local.
Eles conseguiram então o telefone da avó paterna, que compareceu à delegacia e em seguida chegou o pai, que é separado da mãe da criança. A reportagem do Regional Press apurou que o casal residia no bairro rural Jacutinga. Após a separação, a criança se mudou com a mãe para a cidade.
De acordo com a avó paterna, em uma das ocasiões, a mãe da menina a deixou na vila do bairro Jacutinga sem avisar ninguém, e a menina teria sido encontrada por vizinhos. Ela ainda diz que recentemente a garotinha, apesar de ter apenas 4 anos, estava com corrimento vaginal devido à falta de higiene. O pai acusa a ex-mulher de sair constantemente para festas e deixar a criança aos cuidados de terceiros.
Já a mãe da menina disse que havia deixado a criança com a irmã para ir ao trabalho. Segundo ela, hoje não foi direto para o condomínio porque havia ido até a Jacutinga providenciar a transferência da criança, que está há um mês sem ir para a creche.
No final, todos foram encaminhados ao Conselho Tutelar. O conselheiro Carlos Lacerda, chamado para acompanhar o caso, disse que provisoriamente a guarda da criança ficará um parente próximo o qual a menina tem mais afetividade, enquanto a Justiça decide com quem a criança ficará. Na delegacia a menina falava muito que queria ir com a avó paterna. O caso foi registrado como abandono de incapaz.
MARIA DA PENHA
O pai da menina já foi preso em flagrante por violência doméstica, acusado de agredir a ex-mulher, mãe da criança. O motivo da agressão, segundo a avó paterna, foi uma briga que teve início quando seu filho exigia da então esposa, mais atenção nos cuidados com a menina.