Investigações da Polícia Federal apontam que o homem preso em Potunduva, distrito de Jaú (SP) durante uma operação de combate à pornografia infantil realizada em sete estados, aliciava uma criança da própria família.
De acordo com a PF, a criança servia de “isca” para atrair outros interessados em pedofilia nas redes sociais.
Pela exibição de fotos e vídeos da criança, o criminoso recebia dinheiro. Na casa do suspeito de participar de uma rede foram apreendidos computador, celular, disco rígido, pen drive, porções de maconha e balança.
A delegada que cumpriu os mandados de busca , apreensão e prisão expedidos pela Justiça Federal conta que no momento da ação, a criança não estava na casa. No entanto, há elementos suficientes que provam que o homem tirava proveito da imagem nua da criança.
“Na casa do suspeito nós constatamos mesmo que ele tinha várias imagens, vídeos e fotos e estava compartilhando. Tinha fotos de várias crianças e inclusive de uma parente dele. Pela experiência que a gente tem essa criança é usada como isca para atrair outros pedófilos e servir de moeda de troca para outras imagens e outros vídeos com pornagrafia infantil”, explica a delegada Ana Carolina Gholmie.
O suspeito preso em Jaú, vai responder a processo pelos crimes de publicação de conteúdo com cenas de sexo ou pornografia envolvendo menores , aquisição e armazenamento de conteúdo com cena de sexo e pornografia envolvendo crianças e tráfico de drogas.
A operação
Essa é a segunda fase da Operação Underground, nome inspirado nas técnicas de investigação dentro e fora de todo um conjunto de sites e servidores de internet.
Dez mandados de prisão foram cumpridos na segunda fase da Operação Underground. Segundo a PF, outras 9 pessoas foram presas em flagrante e ainda há 11 mandados de busca e apreensão.
No estado de São Paulo, foram cumpridos também outros três mandados de prisão preventiva. Já em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco, Maranhão e Acre, a PF cumpriu um mandado de prisão em cada estado. Segundo a PF, ao menos 15 vítimas, de bebês a crianças de 11 anos, foram identificadas.
Após a primeira fase, foram feitas investigações na “deepweb”, que resultaram na identificação de 13 pessoas que integravam um grupo de produtores de material de exploração sexual infantil, que se comunicavam em ambiente cibernético, onde ocorria o comércio das imagens ilícitas.
Segundo apurado, “grande parte dos envolvidos efetivamente abusava sexualmente de crianças, registrando as imagens. Numa segunda etapa, reuniam-se em salas virtuais dedicadas à pedofilia, onde trocavam, vendiam ou simplesmente disponibilizavam os arquivos ilícitos. Algumas das vítimas já foram identificadas, quando ficou demonstrado que o agressor é, no mais das vezes, pessoa do convívio da família da vítima, ou mesmo parte dela”, diz a PF.
O crime de publicação de imagens de pornografia infantil prevê pena de 3 a 6 anos de prisão. Já o estupro de vulneráveis prevê de 8 a 15 anos de prisão.