O chefe da maior milícia que atua no Rio de Janeiro só conseguiu escapar da megaoperação da polícia realizada na manhã deste sábado (7) porque quatro criminosos morreram para protegê-lo e permitir sua fuga de um sítio em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Em uma operação realizada pela Polícia Civil nesta manhã, quatro suspeitos morreram, 142 pessoas foram presas e sete menores apreendidos. Segundo a polícia, os suspeitos mortos trabalhavam como seguranças de Wellington da Silva Braga, o Ecko, líder da que é considerada a maior milícia do Rio.
Com as prisões da operação deste sábado, a polícia garante que o grupo de Ecko será enfraquecido. “Não vamos diminuir a nossa força e vamos atuar incessantemente contra a milícia. Outras operações virão. Não tivemos nenhum policial ferido e quem resistiu à ação da força policial, resistiu com fuzis armas de grosso calibre, e teve resposta necessária e suficiente a essa ação. A polícia civil não vai recuar”, ressaltou o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa.
Ecko é irmão de Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, miliciano que foi morto em abril do ano passado durante uma operação na Polícia Civil. Carlinhos era um dos criminosos mais procurados do estado e comandava o tráfico de drogas em comunidades da Zona Oeste atuava no controle de vans que circulam da região.
Ainda segundo a investigação, o objetivo da organização criminosa chefiada por Ecko é expandir seus territórios, tanto pela Baixada Fluminense, em Itaguaí e Seropédica, quanto pela região de Costa Verde do estado. Os presos responderão pelos crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, receptação de veículo roubado e porte de arma de fogo.
Um levantamento aponta que as milícias atuam em 11 municípios da região metropolitana do Rio, onde vivem dois milhões de pessoas. Os criminosos cobram por transporte, botijão de gás, segurança e até pelo sinal de TV.
De acordo com o delegado Fábio Salvadoretti, além das práticas tradicionais de milicianos, como as cobranças de taxas, os criminosos também estão adotando práticas típicas de tráfico. O grupo comandado por Ecko teria se aliado a uma facção criminosa que atua no estado para roubar cargas.
“Esse grupo vem exercendo influência em algumas cidadãs da Baixada Fluminense. Foi uma ação planejada, que visava reprimir esse crime. É uma ação que vai impactar nos índices de letalidade violenta nessa região onde esse grupo atuava”, explicou o delegado Daniel Rosa, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
O secretário de Segurança Pública do Rio, general Richard Nunes, disse que essa foi uma operação “exitosa”, já que não houve policiais ou inocentes feridos. “A intervenção federal começa a apresentar resultados positivos. E Essa foi a operação mais exitosa contra a milícia”, disse o general.
Na ação, foram apreendidos 12 fuzis, 20 pistolas, além de granadas e coletes à prova de balas. Vários carros roubados também foram recuperados. O número de presos foi tão grande que a polícia precisou de dois ônibus para levar os suspeitos para a Cidade da Polícia.