O CER (Centro Especializado em Reabilitação) Ritinha Prates, de Araçatuba (SP), entregou nesta sexta-feira, dia 20, as primeiras próteses feitas na oficina da entidade.
Segundo o coordenador do setor de fisioterapia do CER, Marcos Adriano Mantovan, foram entregues três próteses, dispositivos implantados no corpo para suprir a falta de um órgão ausente ou para restaurar uma função comprometida.
Dois equipamentos foram destinados a pacientes de Andradina e um para um paciente de Mirandópolis. As três são próteses são para membros inferiores (perna).
A produção das peças foi feita com recursos próprios da associação. “A compra do material ficou em torno de R$ 6 mil, além do pagamento da mão de obra do funcionário terceirizado que trabalha na oficina, em dias e horários estabelecidos em contrato”, explicou Mantovan.
Todo o processo de confecção das próteses levou aproximadamente um mês. “Antes, esse mesmo procedimento poderia levar até sete meses. Isso porque o paciente precisava viajar até São José do Rio Preto, onde fica a oficina ortopédica mais próxima. Agora, além de ganhar em agilidade, o paciente ganha também em qualidade, uma vez que não precisa se deslocar várias vezes até Rio Preto”, completou o coordenador.
Ansioso
O aposentado Valdir Cruz (sem boné, em uma das fotos anexas) , de 52 anos, foi um dos pacientes que recebeu a prótese. Morador de Andradina, ele faz tratamento no CER Ritinha Prates há um ano. “Fiquei tão ansioso que quase não consegui dormi à noite, com medo de perder a van que faz o transporte dos pacientes”, disse seu Valdir, com um enorme sorriso no rosto. O momento foi tão especial que o aposentado fez questão de comprar um tênis novo para estrear a prótese.
Devido a um problema na circulação sanguínea causado pelo diabete, seu Valdir precisou amputar parte da perna direita – a amputação ocorreu acima do joelho (transfemural). Desde então, para se locomover, ele utiliza muletas. A partir de agora, com a nova prótese que recebeu do Ritinha Prates, já faz sonhos de retornar a praticar atividades que até então pareciam impossíveis.
“Quem sabe até voltar a jogar bola. Modéstia à parte, sou um bom zagueiro”, afirmou. “Dar os primeiros passos é uma sensação maravilhosa. Não tem como eu te explicar o que estou sentindo. Vou voltar a viver normalmente”, completou seu Valdir.
Uma nova vida
Outro paciente do CER Ritinha Prates que recebeu uma das próteses foi o também aposentado Manoel Paschoal Benassio (com boné, na foto). Residente em Mirandópolis, trabalhava com mecânica industrial. “Eu pisei em um prego, o ferimento infeccionou e não tive como evitar a amputação. Até fiz tratamento, mas não deu”, explicou. Tudo isso ocorreu há quase dois anos. No caso do seu Manoel, a amputação ocorreu abaixo do joelho (transtibial).
Assim como seu Valdir, ele passou a depender das muletas e da ajuda de familiares para realizar tarefas simples. “Mas a partir de hoje, é uma nova fase, uma nova vida. Voltar a andar, ser independente, estou muito feliz. Não vejo a hora de pegar minha netinha no colo, de brincar com ela. Se não fosse o Ritinha Prates não teria condições de comprar uma prótese. Tenho que dar graças a Deus por tudo que eles fizeram por mim aqui dentro”, disse emocionado. Hoje, uma prótese semelhante a que foi doada ao seu Manoel custe, em média R$ 3,5 mil – comprada via (SUS).
Oficina
A Associação de Amparo ao Excepcional Ritinha Prates inaugurou sua oficina ortopédica em dezembro do ano passado. Mas ela passou a funcionar em janeiro deste ano. Para isso, a entidade investiu cerca de R$ 40 mil na adequação do espaço e compra de materiais.
“Nós percebemos que há uma demanda de pacientes que, muitas vezes, não conseguem o equipamento. Essa oficina vem para suprir essa necessidade, que faz parte do nosso serviço: de atender a todos, oferecendo sempre uma melhor qualidade de vida”, disse Maria Aparecida Nascimento Xavier (Cida), presidente da instituição.