Autoritarismo, insurreição, golpe de estado, violência, indiferença e traição… Escorial, o novo espetáculo da Cia. do Blefe, de Araçatuba, traz em sua trama uma série de temas políticos e mostra os conflitos presentes nas relações humanas nos processos e jogos de manutenção do poder.
A estreia acontece em duas apresentações no Teatro do Sesc Birigui: uma no sábado, dia 28, e outra no domingo, dia 29, ambas às 19h. A entrada é gratuita e os ingressos começam a ser distribuídos a partir das 18h.
Com pesquisa voltada à metalinguagem, a teatralidade e o grotesco, a história gira em torno da troca de papéis entre o Rei e o Bobo da Corte, enquanto a Rainha agoniza. O texto original é do dramaturgo belga Michel de Gheldero, traduzido por Mário da Silva, e a direção, de Mauro Júnior (que assina ainda a cenografia, iluminação, figurinos, maquiagem, trilha sonora pesquisada e operação de luz).
Como observa Mauro Junior, além das temáticas de cunho político, o espetáculo aborda ainda deformações do ser humano, suas ambições desmedidas, miséria de caráter e dissimulações. A trama tem ações carregadas de revelações, vingança, ternura, ódio, magia, liturgia e morte.
O elenco conta com Ed Barba (Rei), Igor Palmieri (Folial), Valtemir Jurca (Monge) e Devanira Moura (Rainha). Silvia Teodoro e Eduardo Amaral estão na assistência de direção; o cenotécnico é Valtemir Jurca e a operação de som é feita por Eduardo Amaral. A fotografia é de Flávia Baxhix.
A montagem compõe a “Trilogia do Poder”, série de obras da Cia. do Blefe que leva ao palco textos que abordam o humano em sua complexidade. Compõem ainda a trilogia os espetáculos “Braseiro” (que estreou no final de 2015) e “Passo de Dois” (a próxima peça).
Outras Cenas
“Escorial” integra a série de atividades do projeto “Outras Cenas”, do Sesc Birigui. O projeto oferece oficinas, aberturas de processo, estreias e compartilhamentos entre público, companhias e artistas. O objetivo é destacar, fortalecer e incentivar a produção teatral no interior paulista.
Trajetória
A Cia. do Blefe foi fundada em 2015. Em abril daquele ano, o processo de montagem de “Braseiro” deu início a um Núcleo de Residência Artística, coordenado por seu diretor, Mauro Júnior, e promovido pelo Programa Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, gerenciado pela POIESIS – Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura.
Além de Araçatuba, “Braseiro” passou por São José do Rio Preto, São Paulo, Clementina Guararapes e Goiânia (GO). Em 2016, a partir de uma proposição do Sesc Birigui, a companhia criou e produziu o espetáculo “Folia dos Reis”, que foi apresentado em Araçatuba, Birigui, Buritama, Auriflama, Lins, Penápolis, Clementina e Guararapes.